Greve pode durar 10 dias
Os médicos da prefeitura de Campo Grande iniciaram às 7 horas desta segunda-feira (26) a ‘Operação Tartaruga’, estratégia que reduz o número de plantonistas e quase triplica de espera por uma consulta. No CRS (Centro Regional de Saúde) do bairro Tiradentes eram previstos 5 profissionais, mas apenas um estava disponível.
Para que a paralisação dos médicos seja legal, era necessário que pelo menos três médicos cumprissem seu expediente, mas conforme apurado pelo jornal Midiamax, os consultórios estavam vazios e apenas um profissional estava dando conta da demanda. A unidade do Tiradentes é a maior da região leste da Capital.
O Sinmed (Sindicato dos Médicos do Mato Grosso do Sul) sustenta que todos os 1,1 mil que prestam atendimento na rede comparecem normalmente aos postos de trabalho, e o que ocorrerá é o aumento do tempo entre um paciente e outro. O maior problema poderá ser notado nas unidades básicas, onde 30% do efetivo está trabalhando.
Pacientes chegavam na unidade, alguns reclamando de dores, e logo eram avisados de que a espera poderia render horas. Antônio Correa da Silva 46 anos chegou na emergência com dores na coluna, mas ele já contava 60 minutos sem ser chamado. “Com a greve fica muito difícil para a gente que depende do SUS”, comentou.
“Cheguei aqui e só tem um médico atendendo, é difícil para todo mundo, mas trabalho em hospital e sei como é”, disse o técnico de enfermagem José Amaro, 32 anos, que percorreu postos de saúde para tratar seus sintomas de gripe.
14 dias de espera
Os ambulatórios foram os principais afetados pela paralisação, e quem precisa de atendimento especializado terá que esperar até o dia 10 de julho, portanto, o paciente vai precisar esperar 14 dias por uma vaga. Na atenção básica, somente aqueles que precisam renovar a receita de remédios são recebidos.
O médico Renato Figueiredo explicou que a greve seguirá com o prazo inicial de dez dias, mas que pode ser interrompida caso haja uma proposta considerável por parte do executivo. Em relação a liminar judicial da prefeitura, que tenta barrar a greve -, a informação é de que o Sinmed (Sindicado dos Médicos) ainda não foi notificado.
A decisão prevê pena de multa de R$ 10 mil ao dia ao presidente do sindicato em caso de descumprimento, mediante bloqueio de contas bancárias e de bens que estiverem em seu nome, com busca e apreensão de automóveis. Em sua decisão, o juiz levou em consideração o prejuízo que a população poderia ter em razão da paralisação. “Ninguém vai procurar auxílio médico por mera distração”, destacou.