Saúde é alvo de 60 investigações 

Fiscalização do Conselho Municipal de Saúde teria flagrado médicos e agentes comunitários de saúde da Prefeitura de descumprindo o expediente nas unidades básicas de saúde. A ação cumpre os mais 60 inquéritos instaurados pelo MPE-MS para apurar o funcionamento da rede pública na cidade.

De acordo com o Conselheiro Sebastião de Campos Arinos Junior, os inquéritos tratam em suma do cumprimento da disponibilidade de materiais, insumos e recursos humanos, mas segundo ele, as vistorias mostraram um punhado de irregularidades. Entre elas, foi descoberto que as visitas em domicilio do programa Médico da Família, feito por profissionais das UBSFs (Unidade Básica da saúde da Família), não eram realizadas, sem motivo aparente, embora cada médico receba entre R$ 1.400,00 e R$ 2.800,00 a mais no salário para desenvolver o trabalho externo, além de outros penduricalhos. 

Dentro das atribuições do médico do PSF estão as visitas domiciliares. O médico deve fazer um número de 20 visitas (consultas) por mês dentro da sua área de abrangência. O serviço é destinado a pessoas que apresentam dificuldades temporárias ou definitiva para chegar até uma unidade de saúde, mas com a omissão, muitos pacientes podem ter ficado sem atendimento.  

Mais irregularidades 

Agentes de saúde comunitária com carga horária diária de 8 horas, responsáveis por atuar na promoção e prevenção na saúde, mapeando e encaminhando pessoas as unidades, na prática só apareciam para trabalhar na parte da manhã e ‘matavam' o outro turno do expediente. 
 
O estoque de materiais e insumos, segundo Sebastião, estão em falta em praticamente todas as prateleiras das 17 Fiscalização aponta médicos faltosos e postos de saúde sucateados

Nesta semana as fiscalizações ocorrem nos centros 24 horas, e na tarde desta quinta-feira, o Conselho vai vistoriar o UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Coronel Antônio, um dos principais centros da região norte da Capital. “Precisam de adequações para melhorar a qualidade e oferecer eficiência”, disse. 

Decisão judicial 

Em um dos primeiros passos para garantir a resolutividade da saúde, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul concedeu prazo de 180 dias para que a Prefeitura de Campo Grande corrija os problemas encontrados na UPA Vila Almeida. Em de 2014 foi apontada a ausência de aparelhos que monitoram e controlam os sinais vitais, essenciais em casos de urgência e emergência. 

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que no início do mês começou a distribuir 16 monitores portáteis de sinais vitais, sete desfibriladores e monitores de suporte avançado de vida, cinco oxímetros portáteis de pulso, três detectores fetais, oito carros maca, 10 otoscópio, 20 aspiradores elétricos móveis de secreção e 37 escadas clínicas de dois degraus.