Exército admite mais atraso nas obras que tumultuam trânsito na Brilhante
Planejamento não levou em conta detalhes básicos, como fiação no solo
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Planejamento não levou em conta detalhes básicos, como fiação no solo
Quem passa na região da Rua Brilhante que deve receber “requalificação urbana” executada pelo CMO (Comando Militar do Oeste), percebe que as obras já duram algum tempo e que o trânsito no local está afetado. O trabaho foi retomado no começo deste mês, e o Exército já admite que pode passar do prazo inicial, dezembro de 2018.
De acordo com o CMO, outros trabalhos precisaram ser executados durante o plano original, como obras de drenagem. O Exército admite que, apesar do planejamento necessário para iniciar um trabalho de engenharia, foi surpreendido por interferências no solo como adutoras, fiação elétrica e tubos para esgoto, que simplesmente não tinham sido levados em conta e exigiram readequação no projeto.
Enquanto isso, quem mora ou passa no local diariamente sofre com os transtornos no trânsito. Na rua Guia Lopes, um dos pontos que está com desvio no meio da via, os carros circulam em torno das sinalizações durante os horários de pico. Já na avenida Salgado Filho, onde tem um desvio que leva para a rua Alexandre Fleming, é formado um engarrafamento.
No local, o proprietário de uma loja de aparelhos eletrônicos, Paulo de Santana, 44 anos contou que sempre houve engarrafamentos na rua, mas, com as obras, o fluxo de carros aumentou. “Os engarrafamentos já existiam, só aumentaram a intensidade”, contou.
Paulo mora na Alexandre Flaming desde 2008 e disse que não tem problemas com os desvios quando sai de casa. “Existe um desconforto, mas não um problema. O desconforto é passageiro por isso que eu não vejo nenhum problema em fazer o desvio para uma outra rua”, comentou.
Na Guia Lopes, as opiniões dividem sobre os transtornos da operação no local. Para o proprietário de uma oficina mecânica, Silvio André Torres, 41 anos, os trabalhos não atrapalharam a procura da clientela, mas sim o aceso até a oficina. “O acesso ficou muito restrito. Atrapalha os clientes que são novos aqui”, disse.
Já outra quadra, após a avenida Salgado Filho, Renata Fogaça, 40 anos, proprietária de uma loja de calçados, não vê apenas como um incômodo o trabalho realizado pelos militares. “Nos prejudicou muito”, contou Renata. A dificuldade no aceso a loja foi tanta no início das obras que a comerciante teve prejuízo em junho. “Ficou interditado aqui. Chegamos a fechar a semana sem vendar nada”, explicou. Além da baixa venda, a proprietária vê que os trabalhos estão muito lentos.
Os dois comerciantes comentaram que muitas vezes há um número maior de militares parados do que o número dos que estão trabalhando.
Prefeitura e CMO
Um termo de cooperação foi assinado entre a prefeitura da Capital e o CMO em 2016. A proposta do convênio é a restruturação das Avenidas Bandeirantes, Marechal Deodoro, Brilhante e Guia Lopes.
Neste ano, a previsão era que as obras durassem 27 meses. A Guia Lopes seria revitalizada em 600 metros entre as avenidas Bandeirantes e a Salgado Filho. Na avenida Brilhante, são previstos 3 km enquanto na Bandeirantes são 4 km e na Marechal Deodoro 5 km a serem recapeados.
Obras
O balanço divulgado em abril sobre os primeiros 50 dias do trabalho de Requalificação Urbana do Corredor Sudoeste, mostra que já foram utilizadas 900 toneladas de CBUQ (Concreto Betuminoso Usinado a Quente).
A execução é conduzida pelo 9º Batalhão de Engenharia de Construção (9° BEC), do CMO. O controle do trânsito é realizado pela Agetran (Agência municipal de transporte e trânsito).
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