Ex-aluno diz que suspeito de matar Kauan era brincalhão, mas ‘só com meninos’
Quase um mês após crime, corpo da vítima ainda não foi encontrado
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Quase um mês após crime, corpo da vítima ainda não foi encontrado
O pedófilo suspeito de estuprar até a morte Kauan Andrade, de 9 anos, e com a ajuda de um adolescente de 14 anos jogar o corpo no Córrego Anhanduí, no último dia 25 de junho, dava aula de português na rede municipal. De acordo com um ex-aluno, o suspeito sempre foi brincalhão, mas só com os meninos.
Segundo o estudante, hoje com 22 anos, o suspeito se portava normalmente em sala de aula, mas sempre se mostrou mais interessado pelos alunos meninos. “Ele conversava normal, dava aula normal, sempre foi muito brincalhão, mas sempre para o lado dos meninos”, disse.
O professor dava aulas para o 4º, 5º e 6º ano do Ensino Fundamental em um bairro da região sul da cidade. O Jornal Midiamax indagou a assessoria de imprensa sobre o vínculo do suspeito com a redes de ensino, que informou que o professor tem cadastro na Rede Municipal de Educação (Reme) para ministrar aulas desde 2012. Porém, não é um professor concursado e, neste ano de 2017, não foi convocado para atuar em nenhuma unidade escolar da Reme.
Quase um mês após o crime, o corpo da vítima ainda não foi encontrado e na manhã desta segunda-feira (24) os militares voltaram ao cruzamento entre as avenidas Thirson de Almeida e Campestre, na altura do bairro Choophavila II, e percorreram cerca de 2 quilômetros nas margens do córrego, mas nada foi encontrado. As equipes então fizeram uma pausa nas buscas e agora esperam novas coordenadas.
Na vizinhança, moradores são unânimes em dizer que o suspeito era muito simples e educado. Revendendo celulares e se apresentando como professor, o homem ajudava vizinhos necessitados com alimentos e se mantinha acima de qualquer suspeita. “A vizinhança não tem o que falar. Ficamos chocados”, diz uma vizinha que preferiu não se identificar.
“Foi um susto ele sempre foi uma pessoa acima de qualquer suspeita. Era comum ver crianças, mas só meninos, a partir de 10 anos. Como ele se dizia professor os moradores associavam presença de crianças à profissão”, disse outro vizinho, que também preferiu anonimato. “A gente fica em choque em saber que tinha um maníaco morando ao nosso lado. Realmente não dá para confiar em ninguém”, disse.
A casa sempre foi alugada por outros moradores, mas há cerca de dois anos foi comprada pelo suspeito. Nos primeiros meses, os moradores teriam visto uma namorada de 16 anos, que terminou o relacionamento, mas continuou sendo vista esporadicamente.
O imóvel onde o suspeito morava virou ‘centro das atenções’, enquanto a reportagem conversava com moradores, motoristas reduziam a velocidade e outros até paravam para olhar a residência. Após o crime, o suspeito permaneceu agindo como se nada tivesse acontecido, cumprimentando e conversando com todos, afirmam os vizinhos.
Entenda
Durante as investigações do desaparecimento, um adolescente de 14 anos acabou apreendido por envolvimento no crime. Ele relatou à polícia que atraiu Kauan na noite do dia 25 de junho para a casa do pedófilo. A criança teria falecido enquanto era violentada.
Com Kauan inconsciente, não se sabe ainda se desmaiado ou já sem vida, os suspeitos colocaram o corpo do menino em saco plástico e ‘desovaram’ no Córrego Anhanduí, por volta da 1 hora do dia 26 de junho.
O pedófilo suspeito de matar Kauan nega as acusações, mas de acordo com o delegado Paulo Sérgio Lauretto, o depoimento do adolescente e os fatos já confirmados pela perícia, na casa do revendedor de celulares, não deixam dúvidas da autoria.
Na casa do homem, que também já teria dado aulas de português, a polícia encontrou sangue na cama, no chão e no porta-malas do carro, além de material pornográfico no computado. Dois dos filmes apreendidos mostravam cenas com o próprio suspeito.
Sobre o local onde o corpo foi deixado, segundo a autoridade policial, o adolescente apresentou contradição. Ele afirma que entrou no carro do pedófilo, com o corpo no porta-malas, mas que não desceu do veículo para jogar o corpo. O criminoso teria ido sozinho às margens do córrego e permanecido por aproximadamente 30 minutos.
Incêndio
Na noite deste domingo (23) a casa onde o suspeito morava foi incendiada, supostamente por populares. O imóvel estava com as janelas quebradas, a porta arrombada, mas sem grandes danos causados pelo princípio de incêndio, que logo foi controlado pelos militares.
Autônomo em revenda de celulares, o suspeito se apresentava como professor para ganhar a confiança das vítimas e as levar para sua casa. Na manhã desta segunda-feira (24), vizinhos lembraram que o local era sempre movimentado e ‘vivia cheio de crianças e adolescente’, mas não o suficiente para despertar a desconfiança dos moradores.
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