Em barraco sem parede, mulher com bebê de 6 meses pede ajuda

Jovem recorreu ao Facebook para pedir apoio

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Jovem recorreu ao Facebook para pedir apoio

Jovem, Thalita Cardoso Alves, de 18 anos, deixou a vergonha típica da sua pouca idade para pedir ajuda pelo Facebook. Morando em um barraco em que faltam pedaços de parede para cobrir toda a casa, a jovem recorreu as redes para conseguir doações de comida e fralda para a sua filha, de apenas seis meses. 

O pedido foi feito em um dos grupos de classificados do Facebook, que têm sido usados cada vez mais para propósitos diversos. Denúncias, reclamações e pedidos de ajudas figuram entre as postagens que oferecem produtos e serviços e recebem grande atenção.

Com a filha no colo, Thalita nos recebeu na varanda de zinco recém feita pelo companheiro Mike Mariano Venancio, de 24 anos. “Ele fez ontem essa cobertura e tirei uma foto, que coloquei no post do grupo”, conta. Mike está procurando emprego, sem sucesso, e vive de serviços que realiza pelas redondezas. Eles moram no Jardim Inápolis, num barraco construído em frente à casa do sogro.

Enquanto conversávamos, duas famílias chegaram trazendo fraldas para a bebê. “Trouxemos estas fraldas, deve ser suficiente para quebrar um galho”, disse o representante comercial Vitor Rogério de Oliveira, de 35 anos. Ele chegou acompanhado da esposa e suas duas filhas. “Vi o post no grupo de classificados e viemos ver as condições da família”, relata. “Temos filhos e ficamos comovidos por causa da bebê”, completa a bancária Ana Paula Garrido, de 35 anos, esposa de Vitor. O comerciante Paulo Cezar Gutierrez, de 39 anos também viu a postagem no grupo e foi convidado por Vitor, seu amigo. “Eu falei: vamos lá, vamos ajudar”.

Na única peça em que vivem, Thalita diz que havia recebido doações de alguns móveis, porém precisou se ausentar quando ficou grávida e tudo foi roubado. Eles não tem material suficiente para fechar o barraco e partes do barraco são cobertos por tecido. Uma porta velha encostada fecha a entrada. 

“Quando fiquei grávida, por causa da zyka, fui morar um tempo com a minha sogra e fui para Dourados para fazer o parto. Quando voltamos, morei mais um tempo com a minha sogra. Quando decidimos voltar pra cá, só encontrei o colchão aqui”, relata Thalita. Segundo elas, foram aproximadamente 8 meses em que ficaram afastados.

Ela diz que publicou o pedido de ajuda em mais de um grupo de classificados e recebeu inúmeras respostas e recebeu doação de fraldas e alimentos. “Uma pessoa doou cama, guarda-roupa e cômoda, mas disse que eu tinha que ir buscar. Um rapaz disse que ia pagar o frete. Nós não temos como ir buscar”. O marido inclusive estava consertando uma bicicleta, único meio de condução da família, que ele usará para realizar os serviços que consegue.

Thalita diz que se cadastrou há mais de 3 anos na Emha (Agência Municipal de Habitação) e aguarda ser chamada. As únicas fontes de sustento são os serviços que Mike consegue, doações de vizinhos e familiares e a Bolsa Família que não dão conta de todas as necessidades. “Já tentei uma vaga na creche e até participei do mutirão da Defensoria Pública, mas não consegui nada ainda”, conta Thalita.

A família precisa de doações de móveis como fogão e geladeira, além de roupas, fraldas e alimentos. Quem desejar ajudar, o contato pode ser feito pelo telefone 99248-5713.

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