Desocupação pacífica derruba barracos vazios e mantém famílias em ocupação

Moradores não sabem quando terão de deixar local

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Moradores não sabem quando terão de deixar local

Equipes da Prefeitura derrubaram, na manhã desta sexta-feira (20), cerca de 30 barracos construídos em uma área pública ocupada há cerca de seis meses no Indubrasil, região oeste de Campo Grande.

A desocupação – que ocorre de forma pacífica – começou por volta das 5 horas de hoje. Segundo os moradores, foram demolidos apenas os barracos que estavam sem ninguém no momento em que as equipes chegaram. 

Márcio Nunes da Silva, de 49 anos, viu a casa de madeira, que está construindo há um mês, ser destruída. “Pedi para me darem mais um prazo para recuperar o que gastei, mas não quiseram saber e passaram com trator em cima. Comprei essa área por R$ 800,00. Não sabia que era invasão e pretendia morar aqui com minha mulher porque estamos na casa da minha sogra”, relata. 

Desocupação pacífica derruba barracos vazios e mantém famílias em ocupação

Já a gestante Ana Claudia Nonato Ribeiro, de 25 anos, que mora em um barraco pequeno com os três filhos de 8, 4 e 2 anos, e marido, diz que recebeu permissão para continuar no local e deve aguardar visita de uma equipe da Emha (Agência Municipal de Habitação).

“Eles derrubaram só os barracos vazios na hora. Deixaram a gente ficar, mas fico preocupada com o amanhã. Graças a Deus não passamos fome, mas não conseguimos ter mais que isso hoje. Nem para aluguel a gente tem dinheiro”, lamenta.

Desocupação pacífica derruba barracos vazios e mantém famílias em ocupação​Wainer Carvalho Rios, de 49 anos, pastora que mora próximo da ocupação, estava na área no momento em que as demolições começaram e ajudou a recolher pertences e móveis das casas de moradores que não estavam no local. 

“Eles estão aqui há cerca de uns seis meses. São aproximadamente 100 famílias. Estou recolhendo os pertences para que eles possam recuperar depois”, observa.

As demolições foram realizadas por equipes da Semadur (Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Gestão Urbana). A Guarda Civil Municipal acompanhou a ação a fim de evitar qualquer possibilidade de conflito.

Gerente de fiscalização da Semadur, Antônio Celso, disse apenas que as famílias estão cientes da irregularidade e que não houve confronto. 

De acordo com a assessoria de comunicação da Emha, há cerca de duas semanas equipes da Prefeitura derrubaram 10 estruturas de barracos que foram montadas no local. Nessa quinta-feira (19), as famílias foram notificadas de que teriam de desocupar o local imediatamente.

Ao todo foram emitidas 45 notificações e os barracos são demolidos aos poucos. A Assessoria de comunicação da Emha destaca que a área não oferece condições de moradia e trata-se de zoenamento industrial sem infraestrutura para abrigar projeto habitacional.

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