Capital possui cerca de 12 mil índios
O prefeito Marquinhos Trad sancionou nesta quarta-feira (27), na Esplanada Ferroviária, uma lei instituindo o Conselho Municipal dos Direitos e Defesa dos Povos Indígenas de Campo Grande. Composto por 21 indígenas, o Conselho será o canal de comunicação entre indígenas e prefeitura.
“O que estamos fazendo é dar voz a vocês”, afirmou o chefe do Executivo. “O primeiro objetivo é deixar para a descendência o respeito aos primeiros homens e mulheres que pisaram em solo brasileiro”. O Conselho será coordenado por Ivan dos Santos, que foi escolhido pelos próprios indígenas.
Campo Grande possui cerca de 12 mil índios, das etnias Terena, Guarani, Kaiowá, Kadiwéu e Kinikinau, vivendo na área urbana, de acordo com o subsecretário de Direitos Humanos, Ademar Vieira Junior, o Coringa. Parte deles vive em aldeias urbanas, em casas de alvenaria e com acesso facilitado aos serviços públicos, mas outros moram em condições insalubres e em locais distantes de escolas, creches e serviços públicos.
De acordo com o assessor para Assuntos Comunitários Indígenas na Secretaria Municipal de Governo, Elcio Terena, 47, os indígenas de Campo Grande também sofrem com a falta de documentos como RG e carteira de nascimento. Eles têm apenas o Rani, documento emitido pela Funai (Fundação Nacional do Índio). Sem os documentos dos não-índios, eles enfrentam dificuldade para conseguir emprego ou participar de concursos.
Segundo Coringa, a prefeitura planeja facilitar a chegada dos documentos aos índios. Antes, porém, deu início a um levantamento sobre os perfis dos índios em Campo Grande. O censo começou em junho.
A lei criando o conselho deverá ser publicada no Diário Oficial de quinta-feira (28).