Julgamento em segunda instância aconteceu nesta terça

A de R$ 15 mil para cada uma das 20 pessoas – entre eles 18 adolescentes – que levaram 3 dias na viagem de volta da Disney para chegar em foi mantida por unanimidade em julgamento ocorrido nesta terça-feira (21). A decisão aconteceu em segunda instância na 5ª Câmara Cível após a companhia aérea recorrer da decisão inicial. Com correções, a indenização total deve chegar a aproximadamente R$ 600 mil.

Segundo o advogado do grupo, Oton Nasser, que entrou com uma ação pedindo indenização por danos morais à companhia aérea, os jovens devem receber cerca de R$ 30 mil reais, já que o valor inicial da indenização será acrescido de juros e correções. “No total deve atingir em torno de R$ 600 mil, vai ser aproximadamente uns R$ 30 mil para cada um. Quanto mais tempo a empresa colocar obstáculos e ficar recorrendo, pior pra eles”, afirma.

Para Oton, a sentença mostra os consumidores não devem se calar diante de situações impostas pelas empresas. “Mais que os valores fixados, é importante que a sociedade tenha noção e não fique quieta diante das situações absurdas que as empresas nos colocam, principalmente empresas de capital estrangeiro, que acham que nada pode afetá-los”, finaliza.

Companhia deve pagar R$ 600 mil a jovens que levaram 3 dias para voltar da Disney

Entenda o caso

O grupo de 20 jovens de Campo Grande sofreram sucessivos atrasos da companhia aérea responsável pela viagem de volta da Disney para a Capital. Eles deveriam estar em casa no dia 22 de julho de 2016, porém só conseguiram desembarcar três dias depois.

O primeiro atraso ocorreu no primeiro voo da volta, partindo de Orlando na Flórida para Miami, onde embarcariam para Guarulhos, São Paulo. No dia 21, uma quinta-feira, o voo entre Orlando e Miami teve um atraso de cinco horas, e os jovens receberam hospedagem e alimentação da companhia.

O voo foi reagendado para sexta-feira (22), às 13h, entretanto os jovens só entraram na aeronave às 19h e foram mantidos por mais de quatro horas no avião, somente com água. Depois de voltarem ao aeroporto, o jovens foram informados de que seu voo para o Brasil partiria à 1h da manhã, o que também não ocorreu.

Eles ficaram no aeroporto de Miami sem direito a alimentação, dormindo no chão, até as 2h, quando a companhia aérea informou que o voo partiria às 13h do sábado (23).

Após finalmente conseguirem pegar o voo para o Brasil, mais um descaso: chegando no aeroporto de Guarulhos às 22h do sábado, foram informados de que só haveria voos disponíveis na segunda-feira (25) para Campo Grande, pois os voos estariam lotados.

Durante todo esse período, os jovens não tiveram acesso às suas malas, tendo de permanecer com a mesma roupa de quinta-feira, em Orlando, à segunda-feira, em São Paulo. Mesmo após o grupo chegar em Campo Grande, a companhia aérea só entregou as bagagens sete dias depois do desembarque, quando os jovens deram falta de alguns itens em suas malas.

O extravio e a demora não custaram apenas o estresse do grupo – e principalmente dos dois maiores de idade, que tiveram de reportar a situação dos dezoito menores aos pais preocupados com frequência. Uma das vítimas do descaso da companhia acabou perdendo uma prova da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) na Capital, por causa dos atrasos.