Lixão fechou, encareceu e o ‘jeitinho’ prevalece

O lixão do bairro Noroeste pode ter fechado, mas a população ainda recorre ao jeitinho e aos locais escondidos para jogar os entulhos e todo tipo de material de caçambas. Apesar de existirem, hoje, duas empresas que recebem esse tipo de material, a CG Ambiental e a Resilix, pilhas se formam em locais irregulares. O motivo, ao que tudo indica, é o preço cobrado pelas empresas que recebem esses materiais para o processamento, além da ação irregular de empresas de caçamba.

É o que relata a Associação dos proprietários de caçamba. A entidade alega que o preço do descarte provocou  alta no aluguel das caçambas e cobra que  Prefeitura adote medidas para resolver a situação. Atualmente, o campo-grandense paga cerca de 91% a mais do que pagava para usar as caçambas de remoção de . O preço cobrado pelos caçambeiros para dar aos materiais o devido descarte subiu, em média, de R$ 120 para R$ 230. A reportagem percorreu, de Norte a Sul da Capital, cinco locais que ainda são utilizados como lixões da restos de construção. 

 

1- Começo do anel viário, após a saída do Detran

 

 

 

Cerca de 500 metros ao início do Anel Viário, após a saída do Detran formam montanhas diversas de entulhos. A noite é possível ver veículos de carga transitando.

 

 

2 -Corredor do Nova Lima

 

Começa no 'corredor do Nova Lima' e são 5 km de entulhos (Luiz Alberto)

 

 

Uma estrada de terra percorre quilômetros entre o bairro Nova LIma, o bairro Oscar Salazar, e culmina na saída da MS-010, para Rochedinho. São cerca de 5 km de entulhos, e caminhões podem ser vistos transitando no local. As montanhas de entulho assustam, mas não é só o resto de construção que pode ser visto ali. Logo no início, um cemitério de sofás abre o corredor de entulhos que também é permeado por restos de árvores, o lixo vegetal. No final da trilha de entulhos, uma pilha exibe diversos televisores descartados.

 

 

3 – Atrás do residencial Village Parati

 

Uma rua de terra, ao fundo do residencial Village Parati, no centro sul da cidade, não inibe a população, mesmo que o local seja movimentado.

 

No Parati, até sofá foi deixado pra trás (Luiz Alberto)

 

 

 

4- Estrada atrás do Aeroporto, ao lado do Nova Campo Grande

 

Lateral do bairro Nova Campo Grande (Luiz Alberto)

 

 

Dois locais, em uma estrada de terra que percorre o fundo do Aeroporto de , acumulam entulhos: a lateral do bairro Nova Campo Grande e a saída para o bairro Santa Emília. Diversos montes formam-se ali.

 

5 – Atrás do Aeroporto, na saída para o bairro Santa Emília

A mesma estrada atrás do aeroporto, dessa vez na saída do Santa Emília (Luiz Alberto)

 

Além do resto de construções, lixo orgânico – o vegetal – madeira e todo tipo de objeto é descartado.

 

O que diz a Prefeitura

 

Além dos entulhos de construção, o lixo vegetal e os resíduos de oficinas e lava-jatos também são um problema na Capital, segundo a Associação, mesmo com as 5 empresas licenciadas para receber esses resíduos, de acordo com a Prefeitura. São elas a Organoeste, Ecosupply, Repram/Podium, Girux, Lwart. Os resíduos que tem origem em oficinas são um dos mais tóxicos para o meio ambiente.

Questionado sobre o assunto, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) disse que a prefeitura estuda a liberação de alvarás para mais empresas. Aindaa assim, ele declarou que “a destinação deste material não é nem de competência da prefeitura, que acabou tendo o aterro sanitário fechado por um pedido do Ministério Público acatado pela Justiça no ano passado”. 

A assessoria da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) declarou atuar “dioturnamente fiscalizando o correto descarte dos resíduos por meio de vistorias e via denúncias oriundas do Disque Denúncia 156”.