Com 530 senhas, mães lotam prédio da Defensoria por vaga em creche
Dia 11 de março terá novo mutirão
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Dia 11 de março terá novo mutirão
“O dinheiro que eu ganho não paga babá ou creche para a minha filha e viver só de pensão não dá para pagar as contas”. Esta é a situação de Dayane Macedo Almada, que tem uma filha de um ano e cinco meses e outras centenas de mães que lotam a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul desde a madrugada deste sábado (18), dia de mutirão por uma vaga em creche junto à administração municipal.
Muitas mães e poucos pais madrugaram na fila com seus filhos. As que aguardam atendimento se desesperam com a lotação do lugar, já que suas crianças ficaram em casa ou sob a guarda de algum vizinho para que elas tentem uma vaga.
As 530 senhas disponíveis foram distribuídas a partir das 7h e logo se esgotaram. Mesmo assim, famílias inteiras chegam à Rua Antônio Maria Coelho atrás de informação e de uma possibilidade de atendimento.
Agora, um novo mutirão será realizado no dia 11 de março para tentar atender a todos. Após conseguir a senha, a mãe tem que esperar o atendimento. São seis defensores, dez assessores e outros sete funcionários da Defensoria que fazem a triagem no atendimento.
Quem chegou por volta das 4h30 ainda conseguiu senha. Muitas mães chegaram ontem à noite na esperança de uma vaga para seus filhos na educação infantil ou na creche.
Sem vaga? Ação judicial
Defensor-Geral, Luciano Montalli explica que o atendimento é feito a mães que tiveram o pedido de matrícula em creches negado, mas que precisam trabalhar para manter a família. “O defensor aqui atende a mãe ou o pai e envia um ofício à Semed (Secretaria Municipal de Educação), que deve encontrar uma vaga na creche para esta criança. Se não tiver vaga, a gente entra com uma ação judicial”.
Até mesmo o defensor se espanta com a procura. “Ano passado fizemos vários mutirões e eram cerca de 150 pessoas por dia. Hoje, em pouco tempo, se esgotaram as 530 senhas”. Para ele, ao déficit de 3 mil vagas nas escolas e creches não é um problema de um administrador específico.
“Esse atendimento é causado pela ineficiência dos serviços prestados e pela omissão dos entes públicos. Estamos estudando medidas judiciais para resolver um problema que deveria ser resolucionado de forma administrativa”. Segundo Montalli, a Defensoria estuda uma ação civil pública para construção de novas creches.
A auxiliar administrativo Thalyta Vieira procura vagas no Ceinf do Tiradentes ou do Centro. “Minha família mora em Brasília e minha sogra, que mora aqui, já é muito idosa para eu deixar minha filha com ela”. Thalyta conta que já teve que levar a filha ao trabalho, por falta de opção.
“Já pedi no Ceinf a vaga, já vim à Defensoria outra vez, entraram com um mandado de segurança e até agora a prefeitura não encontrou uma vaga para a minha filha”, lamenta.
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