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Cotidiano

Com 2 empresas recebendo entulho, preço das caçambas dispara na Capital

Com 'concentração' e taxa alta já surgem lixões clandestinos
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Com ‘concentração’ e taxa alta já surgem lixões clandestinos

O fechamento do lixão no Noroeste continua causando complicações para . Agora, os , empresas que transportam entulhos, reclamam que ficaram reféns de apenas dois depósitos autorizados que cobram taxas altas para receber o material. O efeito acaba no bolso da população, que está pagando quase o dobro pelo serviço, e já convive com a volta dos lixões clandestinos.

Atualmente a população paga cerca de 91% a mais do que pagava para antes da mudança para usar as caçambas de remoção de . O preço cobrado pelos caçambeiros para dar aos materiais o devido descarte, subiu, em média, de R$ 120 para R$ 230. Segundo o representante da associação das empresas de caçambas, Francisco Pita, a culpa é do valor cobrado pelas empresas autorizadas pela Prefeitura para receber e teoricamente processar os materiais.

Oficialmente, a Prefeitura fechou o lixão do Noroeste, porque a área era irregular, e a cidade foi obrigada a adequar o descarte dos materiais em conformidade com a Política Nacional de Resíduos Sólidos. No entanto, a associação dos empresários reclama que Campo Grande licenciou apenas duas empresas: a CG Ambiental, que cobra R$ 120 por caçamba, e a Resilix, que cobra R$60, segundo Francisco.

Concentração

As duas, juntas, ainda não dariam conta da demanda, pelo que relatam os ‘caçambeiros’. Ainda de acordo com a associação, como a CG Ambiental concentra a maior parte do serviço, o valor cobrado por ela, é que teria motivado o aumento para a população.

Eneas Agnelli, um dos caçambeiros, relata que a CG Ambiental é a única que recebe a maior parte dos materiais. “Lá eles estão cobrando na caçamba, se for volumoso, a madeira o ferro, R$ 80 reais, pela associação. Se for entulho limpo, R$ 35. Na Resilix se for entulho limpo pela associação é R$ 52 e se for direto, sem ser pela associação é R$ 60. Na CG Ambiental, se você for direto lá, sem a associação, é R$ 120 só o frete. Mesmo assim, esse preço, hoje fica inviável”, relata.

Os preços têm desmotivado os clientes, conforme relata. O que fez com que o número de caminhões que são colocados em serviço pelas empresas diminuísse. Demissões também foram provocadas com a queda na demanda dos serviços.

“O que aconteceu foi que o preço subiu e a clientela caiu. A gente perdeu, no mínimo, 60%. Tem empresa que perdeu até mais, já mandou muitos funcionários embora. Estou com uma locação, 1 motorista, tinha 2 motoristas. Faz mais de três meses que o caminhão que está parado sem rodar”, explica. 

Com o descarte realizado fora da cidade, na rodovia MS-040, a CG Ambiental se prepara para inaugurar outros locais, conforme explicou um representante da empresa que conversou com o Jornal Midiamax. O próximo local a ser autorizado pela Prefeitura, de acordo com ele, será na região do bairro Moreninhas.

Muitas caçambas, pouco processamento e descarte irregular

Apesar de ter abrangência em receber materiais, a CG Ambiental declarou, por meio do representante, receber, em média 40 caçambas por dia. Já a Resilix, recebe, em média 100. Ainda assim, Francisco Pita explicou que são produzidas, em Campo Grande, em média 450 caçambas. E pra onde vai o resto?

Para o representante, ter fechado o lixão do bairro Noroeste pouco adiantou e muitas empresas estão fazendo descarte em locais irregulares. Ele afirma que a Prefeitura não fiscaliza e que há mais empresas interessadas em receber os materiais, mas não são licenciadas para processá-los.

“A situação está complicada demais, porque não há uma fiscalização, as empresas estão jogando em qualquer lugar. Poderia ter mais empresas para receber, só que não tem nenhuma a mais licenciada. Não adianta ter mais empresas se não há uma fiscalização”, conta.

Ele afirma que diversas empresas da associação diminuíram o ritmo e demitiram funcionários. “O serviço diminuiu demais. Até então o que ela impôs pra nós nos adequarmos, nós nos adequamos, temos jogado no lugar correto”, conta.

Das cerca de 100 empresas do ramo das caçambas em Campo Grande, 70 são associadas, de acordo com ele. Apesar de não receber muitos materais, a Resilix declarou processar e reaproveitar 100% do que recebe. De energia à adubo, as 100 caçambas processadas por dia no local, acabaram virando materiais que são comercializados depois a outras empresas e associações, como a dos catadores. Um indício de que a questão do lixo poderia ser mais aproveitada na cidade e gerar sustentabilidade ambiental e financiera.

O que diz a Prefeitura

A Prefeitura afirmou que tenta buscar soluções para o descarte, como os Ecopontos. “Uma das alternativas será a implantação dos Ecopontos, previstos no contrato de limpeza pública. Locais onde poderão ser descartados gratuitamente resíduos recicláveis, resíduos da construção que não ultrapassem o volume de um metro cúbico ou 650 quilos (resíduo seco) ou 850 quilos (se úmido), alguns materiais inservíveis (geladeiras, sofás, móveis) e restos de galhos, resultado da poda de árvores”, relatou.

“Outra alternativa são os aterros privados que serão escolhidos pelo gerador para a disposição final do seu resíduo, conforme previsto na legislação. Campo Grande já dispõe de locais apropriados e devidamente licenciados para a recepção desses resíduos”, complementou, por meio da assessoria de imprensa.

A administração não respondeu se há planos para mais empresas atuarem no processamento dos entulhos na cidade.

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