Cenário de abandono: parques e praças da Capital sofrem sem manutenção

Prazo de acordo com MPE está terminando

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Prazo de acordo com MPE está terminando

Matagal, brinquedos danificados, pistas de caminhada com buraco, sujeira. É nesta situação em que se encontram parques e praças municipais de Campo Grande. A reportagem do Jornal Midiamax percorreu a cidade e confirmou a situação de abandono e má conservação desses espaços, que sofrem com a falta de manutenção. 

No bairro mais populoso da Capital, o Aero Rancho, o único espaço de lazer; o parque Ayrton Senna, está longe de oferecer boas condições de lazer. Havia bancos quebrados, aparelhos de ginástica danificados, e no parquinho a falta de segurança dos brinquedos afugentou a criançada; o balanço teve uma das alças de ferros destruídas. No entorno do parque, até caminhar pela calçada é difícil, pois há meses a grama não é cortada.

O mau estado de conservação, no entanto, não é novidade, tendo em vista que o parque vem passando por sucessivas interdições desde 2015. O lugar tem 32 hectares, sete campos de futebol, quatro quadras de areia e piscinas.

Em época de férias escolares, o local que foi construído para o lazer deixou de ser opção para a criançada e o jeito é brincar na rua. “Lá dentro os brinquedos não estão em bom estado, não dá pra caminhar porque a pista está com problemas, então a gente prefere ficar do lado de fora mesmo”, disse o mecânico Gilmar Lopes, que mora em frente ao Ayrton Sena.

O Parque Linear do Segredo, na Avenida Prefeito Heráclito Diniz de Figueiredo – inaugurado há quatro anos -, custou R$ 66 milhões aos cofres públicos, conta com ciclovias, quadras de esporte e pistas de caminhada, mas não atrai o campo-grandense,  consequência da sujeira e má conservação. Apesar dos atrativos, o local está abandonado, tomado pelo mato e tem sido usado apenas para ensaio de uma escola de samba.

No bairro Maria Aparecida Pedrossian – zona leste -, a única praça deixou de ser a recreação das crianças e área de exercícios para os mais velhos. “Todo mundo se reunia aqui para tomar tereré, era um espaço gostoso. As crianças brincavam, nas agora não dá nem gosto de vim”, lembrou a moradora Neusa do Amaral, que há 30 anos mora no residencial.  

A comparação com o passado é com o estado precário que a praça está devido a falta de manutenção. Os brinquedos do parque infantil, por exemplo, estão danificados, depredados pelo tempo: A trilha de mountain bike praticamente deixou de existir, o gramado do campo de futebol está sem reparos e a quadra de vólei de areia se encheu de lama.

 A exceção do abandono neste caso ocorre apenas na região central. O parque Belmar Fidalgo, administrado pelo município, é indicado como um dos mais conservados da Capital. Apesar do cenário ideal, o espaço fica em espaço é distante dos bairros e acaba por privilegiar quem tem mais acesso.

Uma semana

A Prefeitura de Campo Grande tem até o dia 10 de janeiro, próxima terça-feira, para apresentar uma solução para por fim ao estado de abandono dos parques da Capital, em cumprimento ao Termo de Ajustamento de Conduta firmado entre o município e o MPE (Ministério Público do Estado), realizado no ano passado.
 
No acordo, o município ficou obrigado a executar melhorias e adequações na infraestrutura das edificações existentes, a regularização higiênico-sanitária e ambiental para que a população possa usufruir com segurança dos Parques Ayrton Senna (Aero Rancho), Jacques da Luz (Moreninhas), Ecológico do Sóter (Mata do Jacinto), Tarsila do Amaral (Vida Nova) e Centro Poliesportivo Rui Jorge Cunha (Vila Nasser).

 A informação da assessoria de imprensa do município é de que o Rodrigo Barbosa Terra, diretor-presidente da Fundação Municipal de Esporte está tomando conhecimento da situação, e frisou que ainda faltam seis dias para o fim do prazo.

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