Capital reduz controle da Leishmaniose, e 61 mil animais estão sem exame há 4 anos
No ano passado 96 pessoas foram infectadas em MS
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No ano passado 96 pessoas foram infectadas em MS
Sem controle concreto da doença, a Prefeitura de Campo Grande não tem ideia de quantos animais estão infectados pela Leishmaniose visceral na cidade, e ainda há 61 mil cães e gatos sem acompanhamento. Para prevenir a doença, um dos métodos utilizados é a coleta de sangue feita nas casas, que serve de teste rápido para diagnóstico de vírus, mas o procedimento ficou parado por 4 anos. Dados da Secretaria Estadual da Saúde apontam que 96 pessoas foram infectadas pela doença em 2016 no Estado de Mato Grosso do, com 5 óbitos.
A população animal em Campo Grande, entre cães e gatos, é de 165 mil, e de acordo com especialistas, ela é apenas mais um dos hospedeiros da doença, e por isso o controle é necessário. Ocorre que, desde 2013 o monitoramento de 36% destes animais não existe, um problema para a saúde pública. A coleta de sangue e a visitação nas residências foi suspensa por falta de materiais que são disponibilizados pelo Ministério da Saúde.
Ao todo, são 4 anos que pelo menos 61 mil animais não recebem qualquer tipo de acompanhamento. A prefeitura garante que desde o ano passado, 98 mil animais das áreas sul e norte da cidade foram vacinados, mas os bairros localizados em outras três regiões continuam sem monitoramento.
A prevenção da doença também ficou desfalcada quando a prefeitura cancelou a distribuição gratuita de coleiras com repelente contra o mosquito transmissor da leishmaniose; As coleiras fizeram parte de um Programa Municipal feito com recursos próprios do município, em torno de R$ 1,5 milhão. O encoleiramento não teve continuidade por falta de recursos.
O controle da doença deve ser feito pelo próprio município, e na Capital, a prevenção é realizada apenas em período de campanha, que é quando agentes de saúde circulam pela cidade. No papel – pelo menos -, de casa em casa. Fora da temporada, o sangue é colhido apenas de forma espontânea, ou seja, o proprietário do animal tem que leva-lo até o Centro de Controle de Zoonoses, localizado na Avenida Euller de Azevedo, na Capital.
Para moradores das regiões já visitadas por equipes do município, as ações não funcionara. “Moro há três anos no bairro Coronel Antonino, mas nunca vieram aqui. Nem notificação recebi”, expôs uma moradora.
“Recebi a última visita em 2015, no bairro São Lourenço, mas depois que me mudei para a Vila Carvalho, o acompanhamento sumiu”, relatou outra moradora.
Segundo o município, o trabalho de casa em casa terá continuidade neste ano, porém, não há previsão de quando as áreas deixadas para trás serão atendidas.
Doença
Os 96 casos de Leishmaniose confirmados no estados estavam distribuídos em 21 municípios: Anastácio (3), Antônio João (1), Aquidauana (4), Bela Vista (1), Bonito (1), Campo Grande (38), Cassilândia (1), Corumbá(9), Costa Rica (1), Coxim (7), Dourados (1), Guia Lopes da Laguna (2), Jardim (1), Ladário (2), Miranda (1), Nova Alvorada do Sul (1), Ponta Porã (1), Ribas do Rio do Pardo (3), Rio Negro (1), Rio Verde de Mato Grosso (5), Três Lagoas (12).
O levantamento revelou que os óbitos em consequência da doença neste ano foram registrados em quatro municípios do Estado, sendo que o maior número de casos foi em Campo Grande (2), seguido por Coxim (1), Jardim (1) e Rio Verde de Mato Grosso (1).
Apesar do número alto, os registros mostram redução de 23% das ocorrências em relação 2015, quando 126 ficaram doentes e 10 pessoas morreram. O número coloca em alerta os Centros de Controle de Zoonoses (CCZ) de várias cidades do estado. Isso porque o problema era considerado um mal de áreas rurais, mas agora se alastra para os centros urbano
Prevenção
Especialistas ensinam que a prevenção passa por medidas de saneamento básico. Moradores de locais por onde o inseto circula devem usar mosqueteiros e repelente. É imprescindível o cuidado com os cães de estimação, pois eles são o reservatório do parasita. Quando infectados, os cachorros ficam com o protozoário no corpo. Se picados pelo vetor, pode ocorrer a transmissão, tanto para o homem quanto para outros cães. A doença só é transmitida pelo mosquito. Não há contágio pelo contato com animais ou pessoas infectadas.
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