Aos 37 anos, Caetano pode ter morrido por ausência de especialista no HRMS
Era considerado prestativo e alegre
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Era considerado prestativo e alegre
“O velório lotou. Era a pessoa mais divertida que conheço, muito piadista. Tinha 37 anos, mas todo mundo dizia que era um moleque”, conta a auxiliar de produção Maria Karoline da Silva Domingos, de 23 anos, sobrinha de Caetano Gilmar da Silva. Ele é o paciente que pode ter morrido devido a ausência de um hemodinamicista no Hospital Regional na última quinta-feira (14).
Gilmar tinha conseguido aposentadoria pelo INSS há cerca de 3 meses. Seu último emprego foi como motorista, mas tinha problema de coluna e não podia mais trabalhar. “Ele fez cirurgia na coluna, já teve pinos de titânio e agora ele estava cuidando dos meus avós”, relata Maria Karoline. O mais novo de 3 filhos, era ele quem levava os pais para médicos e outros compromissos e era chamado de mimado pelos familiares.
Era muito querido pelos amigos do Clube do Golf e pelos ex-colegas de trabalho em todos os lugares onde trabalhou. “Todos gostavam muito dele. Fizeram homenagem no velório. Não tinha ninguém que falava que não gostava. Ele ajudava todo mundo, era prestativo demais”, relembra a sobrinha. “Vai fazer uma falta muito grande. Ele era tão grande que agora precisamos dividir os cuidados com os meus avós entre várias pessoas”, completa.
Infarto
Gilmar teve um infarto na quinta-feira (14) e foi levado por uma unidade do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ao HR (Hospital Regional) de onde tinha dado alta na segunda-feira (11). Com histórico de cardiopatia, ele já havia passado por uma angioplastia há dois anos, mas sofreu um infarto no dia 4 de setembro e teve de passar por nova intervenção.
O HR confirmou, por meio de assessoria, o quadro do paciente. Segundo comunicado enviado ao Jornal Midiamax, ele “deu entrada na quinta-feira(14) no HRMS(Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) às 10h23, sendo atendido porém não resistindo e vindo à óbito às 12h15, a causa morte do paciente foi choque cardiogênico, infarto agudo do miocárdio, hipertensão arterial e diabetes”.
Ausência de especialista
Existe a suspeita de que a ausência de um médico hemodinamicista possa ter contribuído para a morte de Gilmar. Quanto ao fato, o hospital informou que solicitou uma Comunicação Interna (CI) ao profissional solicitando esclarecimento quanto ao caso. Quando a CI for respondida a diretoria do HR analisará a necessidade de abrir uma sindicância. O hospital não informou se o profissional estava realmente escalado para trabalhar, nem se faltou expediente.
Segundo Maria Karoline, a assistência social do HR informou aos familiares que uma autópsia não seria realizada devido ao histórico do paciente.
“Nós queremos investigar isso. Sei que nada vai trazer meu tio de volta, mas saber que talvez ele ainda poderia estar vivo é triste. Se necessário vamos entrar na justiça para que isso não aconteça com outras pessoas”, adverte. Maria Karoline explica que sua mãe, a irmã de Gilmar, trabalha na área da saúde e conhece os problemas que pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) passam. “Ela trabalha na área da saúde e sabe que é precária e sabe que tem médicos que deixam de atender pacientes só porque são do SUS”, lamenta.
Hemodinâmica – os profissionais especialistas em hemodinâmica trabalham em conjunto com cardiologistas para diagnosticar e localizar obstruções nas artérias. Um dos meio de realizar este procedimento é por meio de cateterismo, que permite realizar rapidamente o procedimento mais adequado, o que pode, muitas vezes, ser um fator fundamental para a sobrevivência de pacientes.
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