Prefeitura e hospital não se entendem 

Enquanto a prefeitura e a ABCG (Associação Beneficente de ) não entram em acordo, a superlotação e o atraso de salários na Santa Casa deve continuar, e quem precisar de atendimento, pode encontrar as portas fechadas assim como aconteceu em agosto. 

Alegando superlotação, os atendimentos foram parcialmente interrompidos no início deste mes, e até pacientes considerados de urgência ficaram sem atendimento. A Santa quer R$ 23 milhões para continuar atendendo sem restrição, enquanto o município oferece R$ 20 milhões. 

Mais de 90% da verba do hospital é custeada com recursos provenientes do SUS (Sistema Único de Saúde), algo em torno de R$ 20 milhões, sendo R$ 15 milhões transferidos pela prefeitura da Capital e R$ 1,8 milhão do governo estadual. Além disso, município e Estado repassam R$ 1,5 milhão (R$ 750 mil cada) à Santa Casa para pagar um empréstimo o empréstimo de R$ 80 milhões junto à Caixa Econômica Federal para o pagamento de dívidas. 

Apesar do montante, o hospital afirma que precisa de mais R$ 3 milhões para não restringir os atendimentos, portanto, R$ 23 milhões ou então manterá o pronto-socorro fechado e receberá apenas pacientes já encaminhados pela rede pública. Já a parte privada continua atendendo, sem nenhuma restrição. 

A conta é rejeitada pelo município, que continua oferecendo R$ 20 milhões e segundo Marcelo Vilela, secretário municipal de saúde, a Santa Casa se recusa a assinar o contrato sem a alteração de pelo menos três cláusulas. Uma delas é a data do pagamento, que para a administração do hospital deveria ocorrer até quinto dia útil de cada mês para não atrasar o salário dos funcionários, enquanto o município defende a transferência de recursos até o dia 10, tendo em vista que a responsabilidade de pagar os colabores em dia é da contratante, ou seja, a Santa Casa.  

“Querem que coloquem algumas cláusulas que não dá para a prefeitura aceitar. Querem que garantam os R$ 21 milhões do ano passado, numa compactação que fez outra administração, mas não tem nada escrito, nada oficial afirmando isso e querem que aumentem R$ 3 milhões e enquanto esse impasse não for resolvido, eles não querem assinar”, explicou o secretário.  

Em relação ao atraso do pagamento, que causou a paralisação dos funcionários, a administração da Associação Beneficente de Campo Grande informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que até outubro do ano passado a gestão municipal fazia o pagamento nos primeiros dias do mês, e que é obrigação do município cumprir com o prazo. 

Além disso, o hospital adiantou que se não houver o pacto de mais R$ 3 milhões, não será possível atender pacientes fora dos encaminhamentos e os atendimentos a demanda espontânea permanecerão banidos.