26 afogados em 9 meses: Bombeiros alertam para riscos com onda de calor em MS

Em agosto foram registrados quatro casos

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Em agosto foram registrados quatro casos

Umidade relativa do ar baixa e temperaturas elevadas pedem sombra e água fresca. Nos últimos dias os termômetros têm registrado mais de 35 ºC nas cidades de Mato Grosso do Sul. O clima de deserto aumenta a procura por locais de banhos e consequentemente, o número de casos de afogamento. Dados do Corpo de Bombeiros mostram que desde o início do ano foram registrados 26 casos de afogamento no Estado.

Segundo o levantamento, as ocorrências de janeiro até a manhã desta segunda-feira (4), chegam a 83 % do total de atendimentos realizados em 2016, quando foram atendidas 31 vítimas de afogamento.

Os dados não indicam quantos óbitos foram registrados em decorrências desses acidentes, no entanto, a assessoria de comunicação diz que a maioria pode ter resultado em morte.26 afogados em 9 meses: Bombeiros alertam para riscos com onda de calor em MS

Nesse domingo (3), dois casos de afogamento de crianças foram registrados, um deles resultou na morte de gêmeos de um ano e meio. O outro fato ocorreu na Capital e a criança permanece internada na Santa Casa. 

Procura por locais de banho –

Tenente do Corpo de Bombeiros, Janaine Penteado Santana, diz que a procura por locais de banho se tornam mais comuns com o calor e que é necessário ficar atento às medidas de segurança.

“A prevenção e vigilância são as principais medidas que podemos adotar. De modo geral precisamos conhecer a profundidade do local , nunca deixar crianças sozinhas – mesmo que estejam com boias-, não entrar na água após ingerir bebida alcoólica ou pouco depois de fazer refeições”, declara. 

De acordo com a tenente as dicas de proteção vão além da profundidade e a presença de um responsável. Confira algumas orientações:

Piscina em casa –

“É necessário que haja grade com trava, que impeça o acesso de crianças. Também é preciso ficar atendo às boias. Aquelas de braço podem escorregar e deixar a criança sem proteção. Isso acontece muito quando a criança está com protetor solar, por exemplo. Alguns pais usam boias nas quais os filhos ficam sentados. Isso é perigoso porque a boia pode virar e se acontecer a criança ficará submersa. O ideal é que a criança esteja com um colete aprovado pelo Inmetro [Instituto Nacional de Metrologia Normalização e Qualidade Industrial] e que seja do tamanho e para o peso adequado à criança”, explica.

Prédios e condomínios-

“Existe regulamento que prevê que a piscina tenha grades com trava de proteção em volta, boias de segurança e placas indicando a profundidade. Além disso, a criança nunca deve entrar na piscina sem um adulto”, reforça.

Clubes –

“Além das grades com trava de proteção em volta, boias de segurança e placas indicando a profundidade, é necessário que haja um salva vidas no local”, frisa.

Lagos e Rios – 

“Esses locais necessitam de um cuidado maior. É preciso conhecer o local, a profundidade, obter orientação para saber onde pode tomar banho, se tem correnteza, pedras ou bancos de areia. Não se deve pular nesses locais porque por mais que seja fundo a água se movimenta e forma bancos de areia que também machucam”, explica.

“Também é necessário saber que a água deve atingir no máximo o joelho da criança, assim ela pode até sentar e não terá risco, mas desde que acompanhada de um adulto”, ressalta.

Resgate –

Embora existam várias medidas de prevenção, acidentes podem ocorrer e se for o caso, a tenente diz que o primeiro passo é acionar o resgate. 

“O socorro deve ser feito apenas por quem sabe nadar, caso contrário o socorrista também poderá se afogar na tentativa de resgatar a vítima. Se tentar retirar alguém da água procure acalmá-la antes de ter o contato físico para que ela não te puxe para o fundo”, observa. 

Em casos nos quais a vítima é retirada da água, mas não consegue respirar é necessário que sejam realizados procedimentos de RCP (Reanimação Cardiopulmonar). 

“O procedimento de RCP tem de ser feito logo que a pessoa é retirada da água sem respirar. É preciso fazer de 100 a no máximo 120 compressões em um minuto. O procedimento dever ser mantido até que a pessoa comece a respirar ou que o socorro profissional chegue ao local”, orienta.

Em caso de afogamento acione o Corpo de Bombeiros por meio do telefone de emergência 193.

 

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