VÍDEO: alunos da UEMS seguem ocupando universidade; veja os motivos

Ocupação integra movimento contra PEC

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Ocupação integra movimento contra PEC

A ocupação das instituições públicas por estudantes, de escolas e de universidades, ganhou força no Estado, na última segunda-feira (8), com a ocupação da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande.

Aproximadamente 300 pessoas entre universitários, servidores e comunidade participaram de assembleia que decidiu pela ocupação contra a PEC (Projeto de Emenda à Constituição) do Governo Federal, que congela os gastos com a educação e a saúde. 

A UEMS possui aproximadamente mil alunos e nem todos os cursos aderiram à ocupação. O número de estudantes mobilizados também varia, pois há revezamento entre os manifestantes.

A reitoria da universidade deve divulgar ainda nesta manhã, se o calendário acadêmico vai ser suspenso por conta da mobilização e, em quais locais do prédio da instituição os estudantes poderão permanecer. A previsão é de que, mesmo com a ação dos estudantes, os matriculados no 4° ano apresentam os trabalhos de conclusão de curso normalmente e que as instalações permaneçam abertas. 

O que os estudantes querem?

Os estudantes são contrários à PEC 241/2016, que limita os gastos do governo federal pelos próximos 20 anos, e a reforma do ensino médio instituída pela Medida Provisória (MP) 746/2016, enviada ao Congresso pelo presidente Michel Temer (PMDB). 

Os acadêmicos da universidade, que preferem se identificar apenas como Movimento Estudantil, explicam que já havia uma inquietação quando surgiu a PEC e que todos serão afetados pelas medidas no futuro, porém, ainda não haviam decido como seria a manifestação.

Após a ocupação da UEMS em Paranaíba, a 402 quilômetros de Campo Grande, os acadêmicos estiveram na cidade e decidiram realizar a mobilização na Capital. Uma das preocupações do Movimento é o diálogo da comunidade, que a ação não seja de alunos isolados.

Para isso, os estudantes de uma escola do Bairro José Abrão, vizinha à UEMS, também estiveram na assembleia da segunda-feira e levaram o assunto para dentro da escola. Há inclusive a possibilidade de eles também aderirem às ocupações, assim como estudantes secundaristas de várias regiões do Brasil. 

Ainda conforme as representantes, durante a ocupação, será definido um calendário de ações como palestras e estudos sobre a PEC e a MP que serão abertas à comunidade. 

Também, há a previsão de uma reunião entre os alunos e os representantes da universidade. Conforme o movimento, os servidores e professores também estão manifestando apoio à ocupação. “Esperávamos menos apoio. Tivemos apoio de movimentos sociais, de professores e da comunidade”, diz uma das representantes.

Ocupações

Em Mato Grosso do Sul, a ocupação de escolas estaduais em protesto ao governo Federal começou em meados de outubro.

A primeira ocupação ocorreu no dia 18 de outubro, na Escola Estadual Nova Itamarati, que fica na sede da Fazenda Itamarati Agropecuária, em Ponta Porã, a 346 quilômetros de Campo Grande. A segunda no domingo, em 23 de outubro, quando cerca de 67 alunos ocuparam a Escola Estadual Profª Cleuza Teodoro, em Pedro Gomes, município a 307 quilômetros de Campo Grande.

A última ocupação, ocorreu no dia 26 de outubro, na Escola Profº José Edson Domingos dos Santos, no Assentamento Itamarati I, em Ponta Porã, 346 quilômetros de Campo Grande. A instituição fica a cerca de 7 quilômetros da Escola Estadual Nova Itamarati, primeira a ser ocupada.

As universidades começaram a ser ocupadas em 29 de outubro, quando a UEMS de Paranaíba foi ocupada. Em 4 de novembro, acadêmicos do campus da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) em Três Lagoas, cidade distante cerca de 338 quilômetros de Campo Grande, ocuparam parte da Universidade na manhã desta quarta-feira (2). 

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