‘Só vamos sair com o fim da corrupção’ prometem acampados na Capital

Principal pedido do grupo é o impeachment da presidente Dilma, o que pode levar meses

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Principal pedido do grupo é o impeachment da presidente Dilma, o que pode levar meses

Um grupo formado por cerca de 25 manifestantes estão acampados em frente ao prédio do MPF (Ministério Público Federal), localizado na Avenida Afonso Pena esquina com a Rua Dona Ambrosina, em Campo Grande, desde a última quinta-feira (17). Eles são a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e afirmam que só vão deixar o local após a saída dela do cargo. Outro alvo do protesto é a nomeação do ex-presidente Lula (PT) no cargo de ministro-chefe da Casa Civil.

O grupo vem se revezando hora a hora, conforme Mirian Gimenez, de 52 anos, funcionária pública, e pretende ficar no local até a presidente Dilma cair. Eles dizem acreditar que a Câmara aprovou o comissão especial do pedido de impeachment da presidente devido a pressão popular e por isso não vão parar.

“Vamos ficar aqui até a corrupção acabar”, disse Mirian. Questionado se isso não levaria muito tempo, haja vista que o processo de impeachment pode demorar ao menos 180 dias, a funcionário retificou o ‘prazo’ dos acampados.  “Nosso foco é quem está no governo. A gente fica aqui até ela cair”, frisou.

 Marithê Lopes / MidiamaxDesempregada há um ano, a cozinheira Rafaela da Silva, de 30 anos, acredita que com a mudança de governo a coias vão melhorar para ela e a família.

“Se a gente continuar acomodado não acontece nada. Só está havendo mudança porque estamos nos manifestando. Estou sem trabalho e não consigo, as empresas sé estão demitindo. Isso tem que mudar”, diz.

O grupo, que afirma não ter prazo para deixar o local, está acampado em algumas barracas no canteiro central da Avenida. Os manifestantes prometem um revezamento de pessoas em frente ao MPF até que o julgamento do impeachment tenha um resultado na Câmara Federal. 

Comissão

Por 433 votos favoráveis e um contra os deputados federais aprovaram a instalação da comissão especial do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). O pedido da saída da petista se dá por suposto crime de responsabilidade foi apresentado pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal.

Eram necessários pelo menos 342 votos para a instauração. Dois parlamentares sul-mato-grossenses, Carlos Marun (PMDB) e Luiz Henrique Mandetta (DEM) fazem parte, como suplentes, da comissão composta por 65 integrantes. A solicitação foi aceita pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em dezembro de 2015.

Posse 

O ministro Gilmar Mendes do STF (Supremo Tribunal Federal ) suspendeu nesta sexta-feira (18) a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva do cargo de ministro-chefe da Casa Civil. Gilmar Mendes atendeu a um pedido liminar do PPS, em uma das 13 ações que chegaram ao Supremo ontem (17) questionando a posse de Lula.

Na mesma decisão, Mendes decidiu que os processos que envolvem Lula na Operação Lava Jato devem ficar sob a relatoria do juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba. Ontem (17), Moro decidiu enviar os processos ao Supremo em função da posse do ex-presidente no cargo de ministro da Casa Civil, fato que faz com que Lula tivesse direito ao foro por prerrogativa de função.

Lula é investigado na Lava Jato por suposto favorecimento da empreiteira OAS na compra de uma cota de um apartamento no Guarujá e por benfeitorias em um sítio frenquentado pelo ex-presidente.

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