Servidores municipais querem CPI da Educação em Dourados

Educadores deflagraram greve no dia 23 de junho

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Educadores deflagraram greve no dia 23 de junho

Professores e servidores administrativos da rede municipal de ensino de Dourados, a 228 quilômetros de Campo Grande, querem a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o descaso da prefeitura com a Educação. A categoria deflagrou greve no dia 23 de junho e acusa o prefeito Murilo Zauith (PSB) de não cumprir acordos de valorização profissional firmados em 2014. O gestor diz que só negocia se a paralisação for suspensa.

Nesta segunda-feira (4), o Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Dourados) planeja ir até a Câmara de Vereadores. Durante a sessão ordinária prevista para 18h30, os grevistas querem solicitar aos parlamentares que instaurem uma investigação para apontar o que a administração municipal tem feito com os recursos públicos destinados ao setor.

ANÁLISE ORÇAMENTÁRIA

Na semana passada, Roberto Silva dos Santos, vice-presidente do Sintese (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Sergipe) e secretário de formação da CUT (Central Única dos Trabalhadores), visitou o Simted para analisar os relatórios fiscais da Prefeitura de Dourados.

Conforme os educadores douradenses, Santos analisou o relatório de gestão fiscal do município correspondente ao 1º quadrimestre de 2016 (entre janeiro e abril) e afirmou “que a lei que obriga o investimento de 25% de receitas em Educação pode não estar sendo cumprida em Dourados”.

JUSTIFICATIVA PARA CPI

“Dourados vem tendo gasto com pessoal de cerca de 48% nos últimos meses. A lei de responsabilidade dá margem prudencial de 51% e limite de 54%. Portanto, os benefícios que devem ser pagos aos trabalhadores da Educação não extrapolam esse limite e teriam um impacto mínimo no orçamento”, informou o Simted.

Em assembleia na manhã desta segunda-feira, a presidente do Sindicato, Gleice Barbosa, informou que será elaborado um documento com os argumentos dos educadores para justificar a abertura da CPI.

SEM ACORDO

Desde o início da greve, porém, o prefeito Murilo Zauith diz, por meio de secretários, que só negocia se a paralisação for suspensa. Secretário municipal de Agricultura Familiar e Economia Solidária, Landmark Ferreira Rios informou ao Jornal Midiamax que os números do orçamento estão à disposição do sindicato para eles analisarem e verem o impacto na folha do município. “O prefeito está com responsabilidade muito grande sobre o comprometimento da folha que ele vai entregar para o próximo gestor”, alegou.

Enquanto isso, seguem afetadas as aulas de 28 mil estudantes matriculados na rede municipal de ensino. Na próxima sexta-feira (8), começam as férias escolares. Mas os educadores garantem que o movimento grevista seguirá caso não haja avanços nas negociações. Essa é a quarta greve que Zauith enfrenta desde que assumiu a Prefeitura de Dourados, em 2011 (também houve uma em 2013 e duas em 2014). Vice-presidente na gestão passada, a atual presidente do Simted pontua que todas as paralisações foram pelo mesmo motivo: “a ausência de compromisso do prefeito em honrar os acordos com a Educação”. 

Conteúdos relacionados