Conforme prefeitura, nenhuma criança que foi transferida ficará sem estudar

Muitas crianças que foram morar no bairro Bom Retiro, depois de as famílias serem transferidas da favela Cidade de Deus, para terrenos doados pela Prefeitura, ainda estão sem estudar. Apesar de a transferência ter ocorrido há cerca de 3 semanas, os pais não conseguiram matricular as crianças na escola por falta de . Com isso, muitos correm o risco de perder o Bolsa-família.

Rosilene Horácio, de 44 anos, do lar, conta que os netos estão fora da escola, e que além de estarem sem aprender, como muitos outras crianças na comunidade, podem perder benefícios. “A minha nora não recebe Bolsa-família, mas muitas mães aqui precisam do benefício e estão correndo o risco de perder porque não conseguem matricular as crianças”, diz.

Alex César, de 27 anos, coletor de resíduos sólidos, concorda. Ele explica que o dinheiro do Bolsa-família ajuda a comprar material de escola para as crianças e outras coisas que não sobram no orçamento doméstico. “O benefício ajuda. Tem família que se ficar sem não tem como manter muitas coisas das crianças”, diz.

Os três filhos da jovem, Leilane do Nascimento, de 25 anos, estão nesta situação. “Os três estão fora da escola. Disseram que eu tenho que ir lá na Vila Margarida para ver se tem vaga. Mas por que eles já não remanejaram as crianças? Agora estamos aqui tendo que ir para lá e para cá para resolver”m, critica.

Segundo ele, as escolas e o Ceinf que ficam na região não têm vagas disponíveis. “Está tudo lotado. Já fui lá, conversei. Só na Semed (Secretaria Municipal de Educação) mesmo para resolver, dizem”, conta ela.

Quem também está com os filhos fora de sala de aula, é a trabalhadora de serviços gerais, Nazaré Pereira Moura, 46 anos, ela conta que a promessa é de que nesta segunda-feira (4) a direção da Escola Municipal Professor Licurgo de Oliveira Bastos consiga vagas para as crianças dela. “A diretora disse que vai arrumar, vamos ver. Tomara, né”, afirma.

 Luiz AlbertoA assessoria de imprensa da prefeitura afirma que grande parte das famílias foi transferida com os filhos matriculados nas escolas, no entanto, algumas ainda estão pendente. “Equipes da SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social) e da Semed estão passando nos locais para que as crianças sejam matriculadas. Nenhuma criança que foi transferida ficará sem estudar”, afirma a assessoria.

Bolsa-família

Para receber o Bolsa-família, um dos compromissos que as famílias assumem é que as crianças em idade escolar – entre 6 e 17 anos – devem estar estudando regularmente. Conforme dados de junho a julho do ano passado, mais de 14,7 milhões de crianças e jovens que recebem a complementação de renda tiveram a frequência escolar acompanhada. Deste total, 95,7% cumpriram o mínimo de presença em sala de aula: 85% para alunos entre 6 a 15 anos e 75% para adolescentes com 16 e 17 anos.