Guarda Municipal ficou na porta de Ceinf

Um grupo de aproximadamente 20 recreadoras se reuniu na porta do Ceinf (Centro de Educação Infantil) Santa Edwiges, no Conjunto Residencial Aero Rancho, para reclamar do caos que se instalou no local após as denúncias feitas por colegas sobre supostos casos de maus-tratos no local.

As profissionais dizem estar sendo agredidas verbalmente por pais e mães desconfiados. O caso já foi parar na Polícia Civil com o registro de dois boletins de ocorrência e na manhã desta quinta-feira (11), a GCM (Guarda Civuil Municipal) ficou no portão do Ceinf até que todos os alunos entrassem e para evitar mais confusão. 

As recreadoras afirmam que não estão conseguindo trabalhar, rebatem a denúncia de maus-tratos e dizem que um grupo de pais ficou descontrolado após a divulgação do caso. “Pedimos que tomem providências. Estamos ouvindo ‘Vagabunda’. ‘Se pegar, vou fazer picadinho’, diz uma das trabalhadoras. 

Na última quarta-feira (10), uma mãe foi ao Ceinf se manifestar e disse palavras de baixo calão às recreadoras. “Precisamos fazer o boletim de ocorrência, pois, desde a semana passada, não temos sossego. Queremos que ela [denunciante] pague. Se ela acusou, vai ter de provar. Estamos sendo xingadas, ameaçadas”. 

Recreadoras ficam na linha de fogo entre denúncias e pais revoltadosNo dia 4 deste mês, o Senalba (Sindicato dos Trabalhadores em Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional no Estado de Mato Grosso do Sul) reuniu a imprensa para informar sobre outras denúncias feitas por recreadoras que datavam do fim de 2014 e começo de 2015. 

Sobre o Ceinf Santa Edwiges, foi relatado que um professor seria suspeito de ter molestado uma criança. Foi informado que após a denúncia, ele pediu para ser exonerado da função. No local também haveria o caso de uma criança que foi obrigada a ingerir comida misturada com vômito por uma das recreadoras. 

Na denúncia foi relatado que o aluno se recusou a comer, foi forçado e vomitou em seguida. A recreadora então teria obrigado que ele ingerisse tudo misturado. A mesma pessoa ainda teria deixado uma criança de castigo, trancada dentro da sala de aula, enquanto estava com os outros alunos fora do local. Sobre as outras trabalhadoras e a direção do Ceinf, pesa a denúncia de omissão, já que ninguém teria tomado providências.

“Nós nunca deixaríamos alguém fazer mal para as crianças. Eu também tenho filho no Ceinf”, diz uma recreadora. “Ela [recreadora acusada de maus-tratos] trabalhava aqui há dez anos. Acho que foi por um problema pessoal que fizeram a denúncia e virou essa perseguição”, diz outra.

Recreadora dizem estar sendo ameaçadas (Wendy Tonhati) “Estamos sendo julgadas por isso e queremos agradecer ao pais que confiam na gente e dizer aos que desconfiam que fazemos um trabalho ético e temos formação para isso. Queremos nos defender dessas acusações, mostrando o nosso trabalho. Os pais podem vir aqui ou procurar as fotos no Facebook do Ceinf”, afirma outra trabalhadora. 

As funcionárias dizem ainda que após o vídeo gravado no Ceinf Maria Cristina Ocáriz de Barros, do Bairro Tijuca, em que uma recreadora joga as pernas das crianças e foi denunciada por maus-tratos, os pais acham que o caso aconteceu no Ceinf do Aero Rancho e piora toda a situação.

Mães

A agente de saúde Vanessa Alves de Queiroz afirmou que o tratamento dos filhos no Ceinf sempre foi adequado. “Nunca tive problema e por isso, já indiquei para outros conhecidos. Os meus filhos sempre foram bem tratados. Se ele ficarem ruinzinhos, me ligam. Se tiver doente, eles dão o remédio”. Ela tem dois filhos no Ceinf.

“Nunca tive problema e meu filho sempre foi bem tratado. Nunca ouvi nada de outros pais também. Eu participo das reuniões das festinhas, nunca soube de nada”, diz a dona de casa Emanuelle Brito de Almeida, que tem um bebê de 1 ano e 5 meses.