Processo parado desde dezembro foi destravado pelo STF

Representantes de diferentes grupos responsáveis por manifestações contra o governo da presidente (PT) e esquemas de corrupção investigados em nível nacional com a operação “Lava Jato” e em nível estadual com a “Lama Asfáltica”, afirmam que as manifestações vão permanecer até que presidente seja retirada do poder. O processo de , parado desde dezembro de 2015, foi destravado nessa quarta-feira (16).

Ontem o STF (Supremo Tribunal Federal) rejeitou um recurso apresentado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A Corte também manteve regras definidas em dezembro para o rito do impeachment.

Com a notícia, os manifestantes se mantêm confiantes, como declara a professora Karina Maia, de 37 anos, representante do movimento Chega de Impostos. “O combinado é que todos os dias às 18 horas faremos uma manifestação até que a Dilma saia. Recebemos a informação que hoje às 14 horas começa o processo de impeachment. Que ela saia do poder e que o seja incriminado”, explica.

A professora ressalta que as manifestações estão sendo discutidas entre os grupos. “Os movimentos no país todo se conversam. Existem ações conjuntas, trocas de ideias, para a questão da nomeação do Lula, em contato com grupos do Brasil todo, cada região vai atuar a sua maneira. O Chega de Imposto tem uma premissa. A gente não faz nada fora da lei ou sem ação judicial. Ato de vandalismo nunca vai sair do grupo. O que atuamos foi na de atos mais violentos. Nesses dois dias juntamos ideias com outros grupos”, afirma.

Nessa quarta-feira depois da notícia sobre a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como ministro da Casa Civil, o grupo participou de um ato na frente do MPF (Ministério Público Feral). 

A professora Fabrícia Salles, de 53 anos, representante dos movimentos Avança Brasil e Fora Corruptos, comentou a participação da população na manifestação na noite de ontem. “As pessoas foram parando, se articulando nas redes e aconteceu a manifestação espontânea”, observa.

Fabrícia cita ainda ações realizadas para discutir o aumento de impostos. “Resolvemos fazer uma ação em uma rede de supermercados, mostrando quanto e paga de imposto em cada produto. Momento de parar o país e refletir. Chegamos praticamente no fundo do poço. A gente só trabalha, trabalha e trabalha e não para pensar no país. Não estamos nomeando um partido, a crise de representatividade é tao grave que precisamos refletir. Vamos fazer isso de várias formas”.

Coordenador geral da maçonaria sul-mato-grossense, o empresário Waldeci Alves Batista, 69 anos, diz que até o momento não há manifestações agendadas para esta quinta-feira (17), mas não descarta a possibilidade de um novo protesto. “Não há nada organizado hoje. Mas estamos atentos as manifestações e se houver algo iremos participar. Da forma que esta não concordamos. A qualquer momento podemos organizar algo”.

STF –

Por nove votos a dois, a Corte fixou a impossibilidade de chapas ou candidaturas avulsas para composição da comissão especial da Câmara que analisará as acusações. O STF determinou ainda que a votação para escolha dos integrantes do colegiado seja aberta.

Votaram o relator do caso, o ministro Luís Roberto Barros, Edson Fachin, Teori Zavascki, Rosa Weber, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski.