Trecho da Ernesto Geisel desmoronou às margens do Anhanduí

O descaso com a manutenção das encostas dos córregos da Capital agrava a situação do assoreamento, e, consequentemente, os riscos de novas erosões e desabamentos aumentaram. Para se ter ideia da situação, o solo enfraquecido das encostas já mostra as raízes da árvores e o asfalto começou a ceder.

Um dos lugares mais vulneráveis é a avenida Ernesto Geisel, às margens do córrego Anhanduí.  Sua extensão é formada por erosões, os alagamentos são frequentes, reflexo da falta de manutenção. No começo do ano, na cabeceira do Segredo, um rompimento de barragem agravou as enchentes, e revelou a negligência com a preservação das microbacias de água da cidade.

Ontem (15), parte do asfalto da avenida – no cruzamento com a Rua Brilhante -, desmoronou e causou um um buraco de aproximadamente dois metros de profundidade e três de diâmetro. À respeito do caso, a secretaria de obras da cidade (Seintrha) informou que a erosão é consequência das chuvas dos últimos dias, que teriam causado infiltração nas vigas de sustentação do asfalto.

O engenheiro ambiental Wagner Samorano explicou que, diferentemente dos córregos da área rural, que contam com a ajuda natural da mata ciliar, na área urbana as encostas devem ser protegidas com serviço de contenção. “Na cidade é mais difícil, tem um serviço de contenção desse barranco, senão essa vai  erosar essa margem do córrego, ela vai desabar”.

Ele citou como exemplo o trecho do córrego Prosa na Avenida Fernando Corrêa da Costa, onde a estrutura de contenção foi construída com pedras e telas. “Aquilo é um dispositivo que funciona”, ilustrou. Sobre possíveis medidas de emergência para a região da Ernesto Geisel, o engenheiro disse que a situação pede soluções concretas: “a água vai continuar, e não vai adiantar”, concluiu.

No ano passado, a prefeitura chegou a lançar a licitação para a recuperação da Ernesto Geisel, mas o projeto não avançou e não há previsão de quando terá andamento. O projeto para o córrego previa a construção de muros laterais com placas de concreto e sistema gabião que permitiria a drenagem e urbanização com grama. O projeto hoje é de R$ 72 milhões.