PF despeja índios que ocupavam fazenda arrendada para usina de Bumlai
Propriedade está ocupada desde 2008 em Dourados
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Propriedade está ocupada desde 2008 em Dourados
A PF (Polícia Federal) cumpre na manhã desta quarta-feira (6) mandado de reintegração de posse da Fazenda Serrano, em Dourados, a 228 quilômetros de Campo Grande. Ocupada por índios Guarani-Kaiowá desde 2008, pelo menos, a propriedade rural está arrendada para a Usina São Fernando, de José Carlos Bumlai, preso na 21ª fase da Operação Lava Jato.
No acampamento, denominado pelos Guarani-Kaiowá como Apyka’i, vivem ao menos 150 indígenas que reivindicam a posse do território tradicional. São esses índios, que foram retratados em recente reportagem do jornal inglês The Guardian pela vulnerabilidade a qual estão expostos, que as forças policiais estão retirando do local.
Pessoas e entidades ligadas à causa indígena divulgaram nesta manhã fotos da operação policial no acampamento indígena. A reportagem do Jornal Midiamax tentou contato com a Delegacia de Polícia Federal de Dourados, mas ainda não conseguiu obter detalhes da ação.
Já o coronel Carlos Silva, comandante do 3º BPM (Batalhão de Polícia Militar), de Dourados, confirmou ter enviado duas equipes em apoio à PF. “Está sendo cumprida a reintegração de posse de forma tranquila. A nossa função é apoio na segurança do perímetro e apoio tático. São mais ou menos umas 30 a 40 pessoas retiradas do local”, explicou o oficial.
Ainda de acordo com o comandante da PM de Dourados, a Funai (Fundação Nacional do Índio) vai definir para onde levar os indígenas despejados nesta manhã. Procurado para comentar o caso, o coordenador regional da Fundação, Vander Aparecido Nishijima, não atendeu as ligações.
No Facebook, o CIMI (Conselho Indigenista Missionário) criticou o despejo de nove famílias, ação que classificou como “mais um evento trágico” somado “à história de luta da comunidade, que já sofreu ataques de seguranças privados, teve barracos incendiados a mando de produtores rurais e passou mais de uma década à beira da estrada”.
Essa ocupação, num lugar conhecido como Curral de Arame, às margens da BR-463, entre Dourados e Ponta Porã, ocorre porque os guaranis-kaiowá reivindicam essa área como território tradicional. Estudos de especialistas ligados à causa indicam que as retomadas teriam se intensificado na década de 1980. Foi nessa época que morreu atropelado no local o marido da cacique Damiana, atual líder do acampamento Apyka’i.
A reintegração de posse da Fazenda Serrado já havia sido determinada pela Justiça Federal há mais de um ano e chegou a gerar atrito entre o juiz Fábio Kaiut Nunes e a Polícia Federal. Em despacho divulgado no dia 14 deste mês, o magistrado criticou a desobediência da PF em cumprir uma ordem expedida há 14 meses.
Naquela ocasião, o juiz da 1ª Vara Federal de Dourados, que já havia solicitado ao Ministério da Justiça o envio de tropas da Força Nacional de Segurança, alertou que o não cumprimento da ordem “no prazo improrrogável de 15 dias” poderia acarretar em “apuração da prática de crime de prevaricação “por parte dos agentes públicos federais incumbidos de tal mister”.
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