Pastor anuncia terreno em loteamento da Prefeitura em grupos na internet

Famílias foram transferidas há pouco mais de 7 meses

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Famílias foram transferidas há pouco mais de 7 meses

O nome é Bom Retiro e pode ser chamado de favela ou de loteamento, na região da Vila Nasser, em Campo Grande. É o lugar para onde foram transferidos os moradores da Cidade de Deus, na saída para São Paulo, perto do lixão. Cada família recebeu um lote da Prefeitura e, com pouco mais de 7 meses, já é possível encontrá-los à venda em grupos do Facebook.

No grupo Bom Negócio e OLX,  usado para compra e vendas, um homem, que se identifica no perfil do Facebook como pastor, oferece um terreno no Bom Retiro pelo valor de R$ 10 mil. Pelo anúncio, é possível ver que já há um barraco construído no local. 

Em contato com o vendedor, o homem confirmou que o terreno não poderia ser vendido. Ele afirmou que a área é de uma mulher que pertence ‘a igreja’ e que ela quer vender. O vendedor não informou o telefone da suposta vendedora e se colocou como o elo para negociação. O homem ainda disse que ela poderia aceitar uma Kombi na negociação. 

Questionado se o negócio ocorre dentro da lei, ele disse “Na verdade, a questão é que não pode vender nunca. É a mesma questão daquelas casas da Emha, da Agehab [Secretaria de Estado de Habitação]. Não pode vender, mas vamos fazer um contrato. Porém, o terreno não é de terceiros. É direto dela. Não é assim, passou para um, passou para outro. É dela o terreno. Tem o contrato tudinho em nome dela. Só faria um contrato de gaveta para você e qualquer coisa, ela assumia como se ela fosse a dona para não ter problema nenhum”, afirmou. 

A prática do contrato de gaveta a perder de vista, já é velha conhecida nas chamadas ‘casinhas da Emha’. Ou seja, as residências que são construídas pela Agência Municipal de Habitação para programas habitacionais de quem precisa e que não podem ser negociadas. 

Denúncias a respeito do assunto podem ser feitas por meio da ouvidoria da Capital no telefone: (67) 3314-4639. Sobre o caso em questão, o Executivo informou que a Emha já tomou conhecimento do fato e que a pessoa poderá ter de devolver o terreno.

WhatsApp: fale com os jornalistas do Midiamax

O leitor enviou as imagens ao WhatsApp do Jornal Midiamax no número (67) 9207-4330. O canal de comunicação serve para os leitores falarem com os jornalistas. Flagrantes inusitados, denúncias, reclamações e sugestões podem ser enviados com total sigilo garantido pela lei.

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