Após mais de 12 horas esperando, especialista pediu para deixar a paciente em dieta zero

Com a barriga inchada e sentido fortes dores no abdome, a aposentada Floripia Ferreira dos Santos, de 63 anos, deu entrada por volta das 11h30 desta segunda-feira (29) na Clínica . Desde então, ela aguarda pelo atendimento de um especialista, para saber o que ocorre com ela, em jejum.

O filho da aposentada, José Eduardo Ferreira, de 31 anos, servidor público, está revoltado com o descaso da equipe hospitalar. Ele conta que desde ontem está no hospital com a mãe e que a deixaram em jejum total, nem água pode tomar.

“Ninguém diz nada sobre como ela está, se está bem, se vai ter que operar. Desde ontem estamos esperando que um especialista venha fazer a consulta, mas primeiro não conseguiam contato com o médico, depois ele disse que viria na madrugada e até agora nada. Já são horas e desde as 11h, de ontem, minha mãe está sem se alimentar”, reclama.

 

Ele diz não saber dizer se o problema está na equipe, em acionar o especialista, ou no médico, que não para o local. Mas o fato é que a idoso está há quase 24 horas espero pelo atendimento, apesar de já ter feito todos os exames.

“Chegamos por volta das 11h30min, minha mãe fez uma bateria de exames. Vários de sangue e raio-x, que não apresentaram alterações. Por fim, por volta das 17 horas, o médico que a atendeu, na dúvida sobre o diagnostico, tentou contato com o especialista (gastroenterologista). Ocorre que não conseguiam contato. O médico pediu uma tomografia do abdômen. Feita a tomografia e munido do resultado, não conseguiram contato novamente. Trocaram o plantão por volta das 19h. E mais uma vez a médica plantonista não dispunha, ao que aprece, de conhecimento técnico (na minha ignorância) para avaliar os exames. Outra vez, a equipe tentou contado com o tal especialista, e nada”, critica.

A equipe só conseguiu falar com o médico já à noite, que após observar os exames que a equipe enviou, José Eduardo não soube dizer se por e-mail ou WhatsApp, o especialista pediu para deixar a paciente em dieta zero, pois passaria às 7 horas da manhã para vê-la.

“Ele pediu para deixar a minha mãe em dieta zero (como se ela já não estivesse sem comer desde às 10h da manhã. Agora eu pergunto: é razoável um médico, ou equipe, que responde por uma especialidade dentro de um hospital, sequer atender ao telefone para ser encontrado? É razoável, deixar uma senhora quase 12 horas esperando por um diagnóstico e escutar do médico (pela boca de terceiros) que ele só passará no outro dia, totalizando 24 horas pelo atendimento?”, questiona.

O Jornal Midiamax entrou em contato com a Clínica Campo Grande e conversou com uma senhora identificada como Cristina. Ela não quis explicar o que ocorreu, para que demorasse tanto o atendimento do especialista. Apenas justificou que o mesmo já estava a caminho e que ela mesma teria confirmado isso por telefone e desligou a ligação.