Nos bairros onde obras de asfalto estão abandonadas, população já perdeu esperança
Nova Campo Grande espera há mais de 40 anos pelo asfalto
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Nova Campo Grande espera há mais de 40 anos pelo asfalto
Campo Grande tem R$ 497 milhões ‘parados’ na Caixa Econômica Federal. Parte desse recurso, que integra o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) é destinado à obras de pavimentação que estão paralisadas ou que ainda não começaram. No Nova Campo Grande e no Jardim Belinati, as pessoas já perderam a esperança de verem as ruas serem asfaltadas.
O Nova Campo Grande tem, na verdade, problemas da “velha” Campo Grande. Os moradores afirmam que a promessa de pavimentação remonta à, no mínimo, quatro adminitrações anteriores. É o que explicam José Carlos, 57 e Marinalva da Silva, 45, que moram na Rua 118.
“Só ficou na conversa. Esse lugar é esquecido. Máquina na rua só quando alguém paga. Tem os presidentes de bairro que já foram cobrar diversas vezes”, contou José, enquanto olhava a rua, perdida entre a poeira e o matagal. O morador não acredita que a futura administração da cidade irá encaminhar os projetos que estão paralisados. “Vão nada, R$ 7 bilhões é a dívida da Capital pelo que eu sei. Isso aí não vai ser feito nunca”.
O dinheiro paralisado na Caixa Econômica Federal tem a justificativa comentada por José: Campo Grande está com o “nome sujo”, devendo à União, além de não ter investido em contrapartidas, conforme explicou o prefeito eleito Marquinhos Trad (PSD).
Júnior Almeida Souza, 25, trabalha com revitalização e asfalto. Ele explica que, além do projeto de pavimentação do Nova Campo Grande, que não saiu do papel, a pavimentação da Avenida 9, foi uma ‘enganação’: consta como asfaltada, mas, na verdade, só metade da via recebeu pavimentação. As imagens comprovam a reclamação do morador.
“Consta como se já tivesse feito e ainda não foi. O próximo Prefeito tem que resolver. Passa carro, caminhão, faz um poeirão. A gente tem uma dificuldade quando chove. Tem rua aqui que não tem condição”, explicou. Renê Renato Guizardi, 53, acredita que, com o aumento da densidade populacional do bairro, o projeto de pavimentação possa, finalmente, ganhar ‘vida’.
Existem mais de R$ 310 milhões em investimentos para pavimentação asfáltica em Campo Grande. Os recursos abrangem asfalto em 21 locais, nenhum finalizado ainda. Do total, 16 estão em andamento. Outros cinco locais – incluindo o Nova Campo Grande – sequer tiveram as obras iniciadas.
Esgoto
Outro problema do Nova Campo Grande é que o bairro não é contemplado pelo SAA (Serviço de Água e Esgoto). A revolta dos moradores, conforme explicam, é pagar pelo serviço que não existe. “Água a gente paga mas não tem tubulação. Tem que colocar essa tubulação para ter nosso banheiro tudo certinho”, reclama Júnior.
José Carlos explica que a chuva só piora a situação. As fossas ‘improvisadas’ pelos moradores transbordam e a rua fica alagada. “O esgoto, na época de chuva, parece que brota água do chão, tem que ver”.
Duas obras, também contempladas pelo PAC, ainda aguardam finalização. O Ministério das Cidades informou que a ‘Ampliação do SAA na sede municipal’ e a ‘Ampliação do SES [Sistema de Esgotamento Sanitário] na sede municipal’ continuam. Sob responsabilidade da empresa Águas Guariroba, elas foram avaliadas – segundo o site do PAC – em R$32, 237 milhões e R$115, 520 milhões, respectivamente.
Jardim Belinati
No Jardim Belinati, a ironia da falta de pavimentação – alguns moradores esperam há quase 30 anos -, é que a Rua que deu nome ao bairro apresenta a pior condição. A Rua Francisca Torraca Bellinati é um misto de crateras que chegam a medir quase um metro, matagal e entulhos. No cruzamento entre com a Travessa Antônio S. Soares, as menilhas do início da obra de pavimentação ainda podem ser vistas, abandonadas.
Moradora da fronteira onde termina o asfalto que começou a ser pavimentado na Rua Francisca Torraca, Sandra Domingues, 51, já não acredita que o projeto continue. “Há muito que esse asfalto consta como feito, mas só foi feito um pedaço dessa rua. Já veio secretário de obras, vixi, já veio tanta gente. Aqui só está transitável porque o pessoal comprou entulho”.
A pavimentação do Jardim Belinatti consta como “em obras”, de acordo com a planilha da Caixa Econômica, com 31,15% ‘concluídos’. Sandra explicou que desde setembro de 2015 o projeto de asfalto foi abandonado. “Quando chove vira mar. Toda água da Julio desce aqui. Estava tudo encaminhado, colocaram o piche e aí largaram. Veio a chuva e levou tudo embora. Já vieram roubas as manilhas. É um material jogado fora”, declarou.
O jornal Midiamax questionou a Prefeitura sobre as obras em questão, mas até o fechamento dessa matéria não obteve resposta.
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