Não para de chover: em favela, dias são de pesadelo e medo de ratos e cobras

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“Vem água de cima, de baixo, estoura fossa, entra cobra, entra rato. É um sofrimento muito grande. Já não sabemos até quando vamos agüentar”. O desabafo é da manicure Silmara Lopes, moradora da favela Cidade dos Anjos, no Jardim das Hortências, região sul da Capital, onde quarenta famílias vivem em barracos e aguardam há três anos por uma moradia decente.

Os moradores da Cidade dos Anjos vivem pesadelo com as chuvas sem fim. Com barracos até de lona, eles sofrem com a falta de estrutura. “Tem que rezar para que pare ou não chova forte, porque é complicado”, descreve Maria Silveira, que trabalha com serviços gerais.

Não bastasse isso, com as chuvas frequentes, os moradores têm recebidos visitas inusitadas e deselegantes. “Entra tudo quanto é bicho o tempo todo quando chove, mas os piores são os ratos e as cobras”, relata Silmara. A situação já se tornou tão comum nos últimos dias que elas brincam com isso. “Tem que esconder as comidas senão eles comem tudo”.

Indefinição

Segundo Maria e Silmara, o prefeito Alcides Bernal (PP) esteve na Cidade dos Anjos na época do Natal e prometeu voltar com uma definição do futuro dos moradores da favela. “Disse que ia voltar e até agora nada. A gente precisa de ajuda e ficamos no esquecimento”, diz Maria.

As cerca de quarenta famílias estão cadastradas no programa de habitação da Ehma (Agência Municipal de Habitação). Cerca de oito representantes teriam ido à Ehma no início da semana em busca de informações. A Prefeitura informou que as famílias estão cadastradas e que, “em breve”, divulgará qual será o encaminhamento dado em relação a elas.