MP acusa ‘atravessadores’ por protestos contra fechamento do lixão
Grupo ganhava mais de R$ 100 mil por mês e teria ficado descontente com UTR
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Grupo ganhava mais de R$ 100 mil por mês e teria ficado descontente com UTR
O MPE (Ministério Público Estadual) e MPT (Ministério Público do Trabalho) acusam um grupo de atravessadores -pessoas que compram materiais recicláveis de catadores para vender à empresas- de estarem promovendo e incitando as manifestações que ocorreram nos últimos dias, contra o fechamento da área de transição do aterro sanitário, no Bairro Dom Antônio Barbosa, em Campo Grande.
O Ministério Público ainda aponta a formação de “duas correntes” dentro da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, uma delas defendendo os atravessadores.
As informações foram divulgadas durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira (2). Segundo o procurador do Trabalho Paulo Douglas Almeida de Moraes, entre o grupo que realiza os protestos, haveria atravessadores, que estariam tendo prejuízo, alguns catadores que não se adequaram ao sistema de trabalho em cooperativa ou para a Solurb -concessionária que faz a coleta de lixo na Capital -, e até pessoas, sendo usadas como massa de manobra.
“As imagens registradas comprovam. Tem um atravessador que atuava desde 2014 e estava no protesto. Não há mais do que dez atravessadores e infelizmente, há pessoas que funcionam como massa de manobra”, diz o procurador.
Os problemas com o aterro sanitário são antigos nos últimos dias, catadores protestaram fechando a BR-262, na saída para São Paulo, reclamando do gerenciamento que a Solurb faz do lixo reciclável e afirmando que materiais que poderiam ser reciclados estão sendo enterrados. Para eles, a solução seria manter aberta a área de transição, que durou de 2012 a 2016, antes de a UTR (Usina de Tratamento Resíduos) de ficar completamente pronta em que eles trabalhavam de forma autônoma.
Sobre as duas correntes na Defensoria Pública, o procurador do MPT afirmou que uma está alinhada ao Ministério Público e outra, que questiona o fechamento do lixão e estaria defendendo os interesses dos supostos atravessadores descontentes. “Respeitamos a instituição da defensoria Pública e partimos da premissa de boa fé, pode estar havendo uma falta de percepção da realidade nessa corrente, que defende esse retrocesso. Não cabe à Defensoria defender interesses de um pequeno grupo”, diz.
Entre os dados apresentados pelo procurador, estão a quantidade de trabalhadores “fixos” no aterro sanitário e a renda deles. Segundo o procurador, quando foi determinado o fechamento do lixão, havia relatórios que indicavam a presença de mais de mil pessoas trabalhando de forma contínua no local, porém, foi verificado, que havia em média 105 catadores que dependiam diariamente da área. Os outro atuavam em forma de complementação de renda.
Segundo os levantamentos do MPT, havia atravessadores faturando até R$ 40 mil mensais, em 2014, enquanto, os catadores tinham renda mensal de R$ 637.
Com o fechamento da área de transição e a possibilidade dos trabalhadores se unirem para formar cooperativas ou entrar no quadro da Solurb, como coletor, varredor ou servente de aterro, a renda passou para em média, R$ 2 mil por mês.
Com a instalação da UTR, o número de trabalhadores já chega a 263, ou seja, o local já atraiu novos profissionais. São 132 já contratados como empregados, aproximadamente 43 que serão contratados ainda neste mês e 88 atuando como cooperados. “O emprego oferecido é de melhor qualidade do que estavam conseguindo em outras áreas”, diz
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