Morre bebê que esperava por cirurgia multivisceral de mais de R$ 3 milhões

Procedimento tinha de ser feito nos Estados Unidos

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Procedimento tinha de ser feito nos Estados Unidos

Morreu no início da manhã desta quinta-feira (29), o pequeno Rayllan, de pouco mais de um ano. O menino lutava pela vida desde que nasceu. O bebê tinha síndrome do intestino curto e precisava fazer uma cirurgia de mais de R$ 3 milhões, em Miami, localizada no Estado da Flórida, nos Estados Unidos. 

O caso de Rayllan ganhou repercussão nas redes sociais quando os pais, Roberto Teixeira e Jaíne Teixeira Ramos, iniciaram uma campanha a fim de arrecadar recursos para custear o transplante multivisceral.

A cirurgia geralmente consiste em transplantes de todos os órgãos do aparelho digestivo, ou seja, estômago, fígado, intestino delgado, intestino grosso e pâncreas. No caso de Rayllan, ele necessitava do fígado e dos intestinos.Morre bebê que esperava por cirurgia multivisceral de mais de R$ 3 milhões

Os pais chegaram a inscrever o menino em uma fila de espera na expectativa de que o procedimento fosse realizado no Brasil. A família mudou-se para Porto Alegre (RS) para acompanhar a criança que conseguiu vaga em um centro especializado.

Na noite dessa quarta-feira (28), a mãe de Rayllan postou um vídeo em uma página no Facebook, criada para arrecadar recursos para o transplante. Na gravação, ela relata o estado de saúde do filho, que estava internado em UTI (Unidade de Tratamento Intensivo).

“Os remédios não fazem mais efeito, ele está muito inchado e a gente tem de esperar porque não tem o que pode ser feito na medicina aqui no Brasil. Se Tivesse tido a chance de ir para fora, quem sabe a nossa realidade seria outra”, declara.

Em determinado trecho da gravação, ela lamenta a falta de estrutura para atender casos semelhantes aos do filho. “O Rayllan não é o primeiro que está indo embora por causa dessa doença e não será o último”, afirma. Em seguida ela completa: “a gente paga imposto, vota e recebe isso de volta. Ver nosso filho morrer por R$ 3 milhões porque no Brasil não tem órgão, não tem médicos capacitados. Preferem listar e ver morrer na fila de espera do que pagar e levar para onde se faz e fazvbem feito. Preferem que morra aqui como o Raylan”, disse horas antes do filho falecer.

Outras histórias –

A batalha da pequena Marya Alice Vitoria Centurião Amaral continua. A menina, que tem pouco mais de dois meses, nasceu com gastrosquise e devido a doença necessita de um transplante de intestino.  O procedimento também é feito fora do pais e custa em torno de R$ 2 milhões. 

Familiares, que moram em Bandeirante distante 68 quilômetros de Campo Grande, ainda lutam na Justiça para levarem a menina para um centro especializado em Porto Alegre, onde ela deve receber os cuidados e preparação necessários antes de ser submetida ao procedimento cirúrgico. 

Nesta quinta-feira, uma matéria publicada na Folha de São Paulo conta a história de Roseli Machado, de 41 anos. Ela sofria de ascite, doença conhecida como barriga d’água e teve de passar pelo transplante multivisceral. dos seis procedimentos realizados no Brasil, antes de Roseli, nenhum dos transplantados conseguiu sobreviver. Conforme a ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos) atualmente 42.411 pessoas aguardam por transplantes no Brasil. 

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