Sindicato diz que medo de perder cargo atrapalharia apuração dos fatos

Após vídeo denunciando maus-tratos em um (Centro de Educação Infantil) da Capital, estão surgindo novas denúncias de casos nas creches, feitas ao Senalba-MS (Sindicato dos Empregadores em Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional no ). Segundo a entidade, as denúncias estão sendo feitas por mães e parte delas alega que a ‘politicagem’ é um dos fatores que influenciam nos maus-tratos.

De acordo com as informações obtidas junto ao Senalba-MS, as mães afirmam possuir documentos e gravações de casos envolvendo Ceinfs. O papel do sindicato nesses casos, segundo informado, é apurar e então cobrar as medidas da (Secretaria Municipal de Educação). 

Uma das providencias anunciadas pelo Sindicato é entrar na Justiça em defesa da recreadora Iara, que fez o vídeo de maus-tratos a uma criança no Ceinf Maria Cristina Ocáriz de Barros, no Jardim Tijuca II e que afirmou ter sido demitida por esse motivo. 

Politicagem 

Com os recorrentes casos de maus-tratos sendo revelados ficou nítido durante o trabalho de apuração da equipe do Jornal Midiamax as indicações políticas envolvendo os trabalhadores que atuam nas creches.

Uma professora, para conseguir o cargo de diretora, se compromete a ceder aulas para a mãe de quem a ajudaria. Outra recreadora trabalha em campanha eleitoral e já esteve ligada muitas vezes a eventos políticos na Capital.

São situações comuns em instituições que acolhem as crianças, e para as mães isso influencia na questão dos maus-tratos segundo o sindicato. “As mães reclamam muito dessa questão politica envolvendo os cargos nos Ceinf’s. A maioria das diretoras é indicação politica. Pela filosofia do sindicato acredito que isso é uma influencia ruim, pois você acaba não tendo uma diretora tão atuante por medo de perder o cargo”, contou uma representante da categoria, que pediu para não ser identificada.

Uma das reclamações das recreadoras, quando sabem de algo errado, é saber que se denunciarem acabarão sofrendo retaliações. “Elas dizem que muitas vezes falam sobre algumas situações e acabam sofrendo perseguições. Teve o caso de uma recreadora que procurou a diretora para denunciar algo e ela ao invés de resolver a situação transferiu a menina para uma creche distante da casa dela”, concluiu a representante.

Primeiros Casos

Dois casos foram denunciados no  Ceinf Maria Cristina Ocáriz de Barros, no Jardim Tijuca II. Um vídeo em quem uma professora joga as pernas das crianças durante o período do descanso foi o primeiro caso a ser denunciado. Logo depois, Rosimar Dias de Souza denunciou o caso do seu filho, Emerson de 2 anos que fraturou o fêmur dentro do mesmo Ceinf, após a queda de um suposto pula-pula que estaria na creche e seria da cunhada da diretora. 

A Prefeitura demitiu a professora que aparece no vídeo maltratando a criança e criou uma comissão para investigar o assunto. Outras providências ainda não foram anunciadas.