Notícia gerou comentários contra a mãe no Facebook

A mãe da menina de 7 anos que foi violentada pelo avô paterno, de 58 anos, na Vila Popular, em , relatou por meio de uma carta, o drama que está vivendo desde que descobriu o crime. A mãe afirma que nunca foi negligente com a filha e não vai medir esforços para que o responsável pague pelo crime que cometeu. 

A prisão em flagrante do avô aconteceu na noite da última segunda-feira (1°). De acordo com apurado pelo Jornal Midiamax junto à (Delegacia Especializada em Proteção à Criança e Adolescente), menina teria chegado em um Cras (Centro de Referência de Assistência Social), com dificuldades para andar. Uma assistente social questionou a criança sobre o que aconteceu e a menina contou que o avô passava a mão em seus órgãos genitais e que não era a primeira vez que o avô cometia o abuso. A criança foi encaminhada para o Conselho Tutelar e depois, à Polícia Civil.

Na carta, a mãe diz que foi informada pela conselheira tutelar sobre o ocorrido e que a filha dela havia sido levada para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento). No local, ela não encontrou a menina e ficou sabendo que ela já estava na delegacia.

Tendo sido perguntada pelo delegado onde meu pai morava, para que os mesmos fossem buscá-lo, respondi: no cemitério. Informei que era avô por paterno. No primeiro momento, não acreditamos que isso está acontecendo com você. O delegado me informou que se acaso eu me recusa-se a informar o endereço poderia ser indiciada por obstrução da justiça. Foi informado o endereço com riquezas de detalhes”.

A mãe, que está gestante, diz ainda que chegou a passar mal na delegacia. A psicóloga da unidade conversou com ela e informou que a criança estava ‘tristinha' então a psicóloga e a assistente social do Cras conversaram com a criança. A menina contou o que o abuso havia acontecido por três vezes, sendo a última, naquele mesmo dia. A vítima disse ainda que não contava o que estava acontecendo, pois o avô mandava manter o silêncio.

Em momento algum sugeri que minha filha estava mentindo. É difícil para uma mãe cair na realidade de que quem deveria proteger, fez um mal tão grande a uma criança. Perguntei para a psicóloga se existia a possibilidade de outra pessoa ter feito isso e estar ameaçando minha filha. A mesma [psicóloga] me informou por questão técnica até porque não sou da área, quando esse tipo de situação ocorre é fácil identificar que esta sendo ameaçada”.

Conforme a Polícia Civil, a menina fez exames preliminares que constataram herpes e HPV (Human Papiloma Vírus) nos órgãos genitais. Segundo a mãe, após ser levada à UPA novamente, a criança, foi levada para o HR (Hospital Regional). 

Acredito que ao todo, umas 30 pessoas tiveram acesso a minha filha e reitero em momento algum ela mudou de versão. Conversando com a assistente social, me foi perguntado se em nenhum momento ela falou nada. Se o rendimento escolar caiu. Mudanças de comportamentos. Reitero: minha filha é uma criança que quando algo a desagrade ela não fala nada. Suas notas sempre foram acima de 8. E sobre o comportamento, todas as crianças têm fases de querer assistir mais televisão/computador/tablet”.

Após a notícia ser veiculada pelo Jornal Midiamax, o caso ganhou repercussão no Facebook. Várias pessoas se pronunciaram pedindo punição ao suspeito de abuso e algumas acusaram a mãe de abandono e negligência. Sobre as postagens, a mãe diz que nunca abandonou a filha e que trabalha, faz faculdade, mas sempre liga para menina para saber como ela, o que está fazendo e se comeu

Para aqueles que pensam que é abandono, chama-se sobrevivência. Não nasci rica. Procuro ter o máximo de contato e diálogo com minha filha. E não medirei esforços para que o culpado pague pelo crime que cometeu. Em relação aos comentários recebidos nas postagens do Facebook, quando fiquei grávida dela tive uma gravidez de alto risco e foi sugerido escolher qual das duas vidas seriam salvas. A minha escolha foi e sempre será ela”.

Mãe rebate comentários e conta o drama de ter a filha violentada pelo avô