Jovens negros são as principais vítimas de homicídio, revela pesquisa

Jovens negros de 21 anos possuem 147% a mais de chances de serem assassinados

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(Foto: Ilustrativa)
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Jovens negros de 21 anos possuem 147% a mais de chances de serem assassinados

O Atlas da Violência realizado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública) mostra que os jovens negros, com idades entre 15 e 29 anos, sãos as principais vítimas de homicídio no Brasil.

As informações foram divulgadas nesta terça-feira (22) revelam que jovens negros e pardos com idade de 21 anos possuem 147% a mais de chances de serem assassinados no país, se comparados a indivíduos classificados na pesquisa como brancos, amarelos e indígenas. 

Os dados foram analisadas em um período de dez anos, estimado entre 2004 e 2014. O levantamento mostra que houve crescimento de 18,2% na taxa de homicídio de afrodescendente. Por outro lado, a pesquisa mostra que houve redução de 14,6% na vitimização de indivíduos, que não de cor preta ou parda.  

Com base nos dados sobre subpopulações segundo sua raça-cor, o estudo revela que para cada não negro que sofreu homicídio, 2,4 indivíduos negros foram mortos em 2014. Ao todo, nesse período, conforme o SIM (Sistema de Informação sobre Mortalidade), do Ministério da Saúde, 59.627 pessoas foram assassinadas no país. 

A pesquisa sustenta que uma possível explicação é o fato de a taxa de homicídio ter diminuído nas unidades federativas onde há proporcionalmente menos negros e ter crescido nos estados com maior população de afrodescendentes.

Na tabela de vitimização para indivíduos afrodescendentes por unidade federativa, Alagoas aponta no topo da lista com 82,5 por 100 mil habitantes negros. Em Mato Grosso do Sul por sua vez, a taxa é de 31,4.

Outro dado relevante sobre o Estado é que em 2004 a taxa de homicídios a cada 100 mil habitantes era de 28,6%, maior que a média nacional de 26,5%. Em 2014 o gráfico apresenta queda de 7,7%, ainda abaixo da média nacional que mostrou redução de 10%. 

Além de homicídios de afrodescendentes, o Altas da Violência mostra dados sobre a evolução dos homicídios nas microrregiões brasileiras, violência de gênero, armas de fogo, mortes violentas indeterminadas e a qualidade dos dados. 

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