Internos de estabelecimento penal de Corumbá vão poder fazer faculdade

Inicialmente, seis internos vão frequentar dos cursos 

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Inicialmente, seis internos vão frequentar dos cursos 

O Estabelecimento Penal de Corumbá (EPC) vai começar a oferecer ensino superior aos detentos. O convênio entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e o polo Corumbá da Faculdade Educacional da Lapa (FAEL) foi firmado nesta quinta-feira (9).

Inicialmente, seis internos do presídio vão frequentar cursos universitários à distância. As aulas são divididas em duas turmas (manhã e tarde) sempre às segundas, terças e sextas-feiras, na sala de informática do presídio. Os cursos de graduação são pagos pelas famílias dos próprios detentos.

Durante a solenidade de assinatura, o diretor-presidente da Agepen, Ailton Stropa Garcia, enfatizou a importância do oferecimento do ensino superior no sistema prisional. “É meta da Agepen formar seus reeducandos para, quando saírem das nossas unidades, estejam preparados para uma vida digna, com novos valores e para que sejam reinseridos na sociedade e não reincidam no crime”, afirmou.

Por escolha dos próprios alunos, os cursos que os detentos estão participando são Administração, História, Tecnologia em Processos Gerenciais, Matemática e Gestão Ambiental, conforme a diretora local da FAEL, Mariliane Bruno, que também participou da solenidade. Segundo ela, os cursos oferecidos têm duração entre dois e quatro anos. “Também temos outros cursos de graduação disponíveis na plataforma EAD, caso outros internos se interessem”, explicou a diretora da Fael.

O reeducando J. L. P. U., 59 anos, irá cursar História. Para ele, “sempre é tempo de buscar novas oportunidades” e o convênio entre a Agepen e a FAEL abre uma nova perspectiva de futuro. “Vou sair daqui e ter uma profissão digna”, garantiu.

Na opinião da responsável pelo Setor de Educação do presídio, Giselle da Silva Marques de Barros, a parceria representa “um momento histórico para a unidade prisional”. Resultado de seis anos de luta, destaca a psicóloga, o convênio possibilita que se complete o ciclo escolar no local. “Agora, teremos não somente o oferecimento dos ensinos fundamental e médio pela rede estadual de ensino, através da Escola Estadual Polo Regina Anffe Nunes Betine, como também o ensino superior, oferecido pela FAEL”, disse.

Para o diretor do EPC, Ricardo Wagner Lima do Nascimento, o oferecimento de ensino superior na  unidade prisional é uma conquista. “Trata-se, antes de tudo, de garantir um direito humano inalienável: o direito à educação que todos devem ter, livres ou não”, declarou.

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