Festa surpresa para filha emociona mãe internada há 210 dias na Santa Casa

Festa foi realizada na tarde deste sábado

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Festa foi realizada na tarde deste sábado

Mais de seis meses longe de casa, precisos 210 dias. É o tempo que a mãe, Andrea, não pode colocar Mayka, de 9 anos na cama, cobrir e apagar a luz do quarto. Seguir a rotina diária de muitas mães. Tão simples, que é até difícil pensar na falta que o gesto pode fazer. As duas tiveram a rotina alterada, quando Andrea sofreu um acidente de carro, ficou em estado grave e permanece, até hoje, internada na Santa Casa da Campo Grande. Nesse sábado (11), Mayka completa 9 anos e mãe e filha se uniram em um abraço para celebrar a data com uma festa surpresa com parentes, a equipe do hospital e os super-heróis da Liga do Bem. 

Mayka foi ao hospital para passar o aniversário ao lado da mãe, mas não desconfiava que teria uma festa. Esperta e fã do desenho Monster High, ao ver uma das personagens pelo saguão do hospital, quase entrou no auditório da Santa Casa, onde a festa recebia os detalhes finais. A tia e o pai precisaram ‘enrolar’ a menina do lado de fora para que a festa terminasse de ser organizada e para que a mãe, Andrea Aparecida Gaúna, de 39 anos, pudesse descer. Paraplégica, ela está na cadeira de rodas, ainda tem dificuldades para falar, mas não para expressar com o que sente. “Muito feliz”, diz emocionada e com um sorriso no rosto. Mayka e os pais (Wendy Tonhati)

Ao entrar no auditório, Mayka ouviu o coro de “surpresa” e saiu correndo em direção aos super-heróis. Em seguida, foi que viu a mãe e o pai. Após o parabéns e apagar as velas, fotos e mais fotos com os heróis, com a família, amiguinhos e toda a equipe do hospital que acompanha Andrea. 

A enfermeira chefe da unidade, Rosilene dos Santos explica que para a mãe poder descer foi necessário que toda a equipe multidisciplinar que a acompanha também estivesse junto. Fisioterapeuta, serviço social, fonoaudiólogo, psicólogo e enfermeiros acompanharam de perto e participaram da festa. 

Segundo a enfermeira, a mãe apresentava um quadro de depressão que tem melhorado desde que a Liga do Bem começou a acompanhar de perto o relacionamento mãe e filha. “Ela estava muito depressiva e foi melhorando com o trabalho de apoio e da família. Está tendo uma evolução muito boa e já está pensando além da doença”. 

Os integrantes da Liga do Bem, grupo de voluntários que leva carinho, atenção e amor a abrigos, asilos e hospitais acompanham mãe e filha desde 2015, quando Andrea chegou ao hospital. A “Batgirl” diz que o trabalho dos voluntários “é formiguinha”. Cada uma faz uma coisa. Os docinhos, balões, a decoração, as lembrancinhas são feitas pelos voluntários ou doadas por empresas. No caso de Andrea e Mayka, os voluntários se comoveram com a situação de mãe e filha e acompanharam de perto, até planejar com a mãe a festa para a menina. 

“Ficamos muito comovidos com as duas. Com a situação de uma mãe longe da filha. Fizemos um vídeo da Mayka indo no cinema para uma se sentir perto da outra. Nos incumbimos de fazer aquilo que ela fazia com a Mayka”. O objetivo era mostrar para mãe que a filha estava e para a filha, o tanto que a mãe a ama. 

Depois de abrir os presentes, Mayka foi se transformar em uma “Monster High”. “Já usei [a fantasia], mas não toda assim”, conta a menina. Com sorriso, ela diz que “gostou muito da festa”. A mãe já não necessita de um aparelho respiratório, mas ainda não tem previsão de alta médica, pois precisa terminar o ciclo do antibiótico e poder voltar para casa e ficar pertinho da filha.

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