Empresas de ônibus ‘maquiam’ veículos usados na Capital, segundo denúncia
Veículos aposentados também estariam sendo reativados
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Veículos aposentados também estariam sendo reativados
Nova denúncia feita à equipe de reportagem do Jornal Midiamax mostra que as empresas estariam ‘maquiando’ veículos mais antigos e os apresentando como novos. O flagrante expõe que alguns ônibus foram pintados e passam agora por ‘novinhos’. A comprovação está no número dos veículos da Viação Cidade Morena, que continua o mesmo.
Se não bastasse, dois veículos também da Cidade Morena que estavam aposentados foram reativados, segundo denúncia. Enquanto isso, quem sofre são os moradores da Capital, principalmente, os que vivem na periferia.
Elaine Soares depende do transporte coletivo todos os dias. Para ir e voltar do centro, onde trabalha vendendo produtos nas ruas, ela precisa ‘pegar’ seis ônibus por dia. “Eu moro no Itamaracá, e para vir de lá pro centro, eu pego três ônibus. Tem uns que eles pintam pra mostrar que é novo, mas a gente sabe que não é. E, eles colocam ônibus velho para os bairros, e os novos para o centro. Além disso, os ônibus são lotados. Custa colocar um sanfonado o dia todo?”, reclama a vendedora.
“São poucos os ônibus novos que vão para o meu bairro, a maioria é velho mesmo. Se não bastasse a passagem cara, precisamos andar em ônibus velho”, disse a dona de casa Vilma Márcia Souza França, 38, que mora no Bairro Nova Lima.
A técnica de enfermagem, Alice Cabral, de 19 anos, também sofre na hora de ir para o trabalho. “Os ônibus acabados eles colocam nos bairros. No São Conrado mesmo, onde eu moro, os ônibus têm até buraco. A população não cuida, rabisca e quebra. A gente anda todo o dia tem que ser uma coisa nova e precisamos cuidar também”, afirma.
“Eu desconheço que tenha ônibus velhos rodando. Sei que o tempo de uso é em média de 10 a 12 anos, mas não se em Campo Grande tem ônibus que venceu o prazo”, diz o presidente do presidente do Sttcu (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande), Demetrio Ferreira. Segundo ele, são cerca de 600 veículos na Capital, e 1,3 mil motoristas.
A Agetran informou que a vistoria é feita anualmente, com base em reclamações de passageiros, ou constatação de problemas pela fiscalização. “De acordo com a lei, os veículos pequenos devem circular durante 10 anos e os grandes (articulados) por 15 anos”.
Quanto à denúncia do Jornal Midiamax, a agência informou que “o setor de fiscalização vai verificar a situação desses ônibus citados”.
A equipe de reportagem entrou em contato com o Consórcio Guaicurus, responsável pelas quatro empresas que operam o sistema de transporte coletivo urbano, mas até o fechamento desta matéria não obteve resposta.
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