Educadores dizem que 18 escolas estão paradas e acusam irregularidades em creches

Professores e servidores administrativos estão em greve

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Professores e servidores administrativos estão em greve

Em greve desde quinta-feira (23), os educadores de Dourados, a 227 quilômetros de Campo Grande, informaram que pelo menos 18 das 45 escolas municipais estão sem aulas. A categoria protesta contra o prefeito Murilo Zauith (PSB), a quem acusam de não cumprir acordos firmados em 2014 sobre valorização salarial e do plano de cargos e carreiras. A prefeitura contesta essas informações e diz que apenas oito escolas tiveram atividades totalmente paralisadas.

Nesta segunda, professores e servidores administrativos da educação municipal participaram de uma reunião com vereadores, na Câmara Municipal. Nesta oportunidade, o presidente da Casa de Leis, vereador Idenor Machado (PSDB), propôs disponibilizar um técnico orçamentário para analisar os recursos de educação junto a comissão de educação do Legislativo. O objetivo é concluir se há ou não condições para que a administração pública municipal cumpra os acordos firmados em 2014 com o Simted.

No domingo (26), esses trabalhadores protestaram durante o trajeto da tocha olímpica na cidade. Até sexta-feira (24), quando um barulhento protesto foi realizado na frente do gabinete do prefeito, o Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Dourados) contabilizava 18 das 45 escolas sem aulas por causa da greve.

Nesta segunda-feira (27), conforme a assessoria do sindicato, mais duas escolas paralisaram as atividades na área urbana e outras duas na Reserva Indígena. Das sete escolas indígenas, são três as com aulas suspensas, segundo os grevistas.

Dos Ceims, os centros de educação infantil do município, três estão com funcionamento normal. Mas os educadores ligados ao Simted acusam o funcionamento parcial de outras três unidades, que estariam com atuação somente de estagiários, o que é irregular, segundo a categoria.

Procurada pelo Jornal Midiamax para comentar a greve, a secretária municipal de Educação de Dourados, Ilda Kudo, não pôde atender a ligação por estar em reunião, conforme sua assessora.

Já o secretário de Agricultura Familiar e Economia Solidária, Landmark Ferreira Rios, também inteirado sobre a questão, disse desconhecer a ocorrência de funcionamento irregular de Ceims. Ele contestou os números do Simted e disse que apenas 8 escolas ficaram sem aulas na sexta-feira.

Sobre as reivindicações dos educadores, o secretário municipal afirmou que a prefeitura sempre esteve aberta ao diálogo. Lembrou ainda que na sexta-feira, durante reunião com representantes do Simted, membros da administração municipal informaram aos sindicalistas que o prefeito quer a greve suspensa para poder negociar.

“Na sexta feira a prefeitura encaminhou pedido ao Simted suspensão da greve para nós termos uma negociação números para apresentar para a categoria. Eles ficaram de dar a resposta de hoje para amanhã. Estamos aguardando”, disse.

Landmark alegou que em abril deste ano a prefeitura concedeu 11.36% de reajuste para os educadores. Segundo ele, faltam 20% de incorporação da regência e 1/5, compromissos que devem ser cumpridos até outubro. “Os números estão à disposição do sindicato para eles analisarem e verem o impacto na folha do município. O prefeito está com responsabilidade muito grande sobre o comprometimento da folha que ele vai entregar para o próximo gestor”, pontuou.

Mas os educadores contestam essas informações. Na semana passada, o vice-presidente do Simted, Juliano Meneghetti Mazzini, explicou ao Jornal Midiamax que Zauith não cumpriu a lei de políticas salariais que colocaram fim à greve de 2014.

“O prefeito fez um decreto no qual diz que vai cumprir a tabela de reajuste para os administrativos em outubro, novembro e dezembro, conforme as finanças da Prefeitura, ou seja, além de prorrogar a efetivação da tabela, ele condiciona a reposição às condições financeiras do município”, criticou o líder sindical.

 

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