Congestionamento e chuva não impedem homenagens a finados

Movimentação é intensa nos cemitérios

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Movimentação é intensa nos cemitérios

Um congestionamento de aproximadamente 5 quilômetros marca a chegada ao Parque das Primeiras, primeiro acesso ao reduto de cemitérios particulares localizado na região do Bairro Universitário, em Campo Grande, nesta quarta-feira (2), Dia de Finados. Por lá, a intensa movimentação é sinal de que familiares mantêm viva a tradição de quem acredita em dia especial para se homenagear os mortos.

Até chegar a entrada, a sensação é de um espaço completamente lotado, mas ao chegar, percebe-se que é apenas reflexo do intenso trânsito, já que a rua também dá acesso aos cemitérios Memorial Parque e Campo Grande.

Já na parte de dentro do Parque, a movimentação é tranquila. Muitas flores e velas revelam um clima respeitoso, afinal a data traz lembranças de entes queridos que já se foram. Outros aproveitam a manhã para os últimos reparos nos jazigos que devem receber visitas ao longo de todo o dia.

Pertencente a uma família de nordestinos, a aposentada Tina Leite, de 65 anos, representa fielmente a manutenção de uma tradição que passa por muitas gerações. Ela conta que a avó dela, tinha um ritual quando alguém morria. “Ela rezava pela pessoa, dava banho e preparava o corpo para o enterro. Um cuidado especial com os mortos”, diz ao refletir que o dia é exclusivamente dedicado a este cuidado.

A aposentada explica que no início da manhã passou pelo cemitério Santo Amaro, onde rendeu homenagem ao ex-marido. No Parque das Primaveras a visita é dedicada aos túmulos da filha, de seu segundo marido e de sua mãe. Na agenda, ainda falta peregrinação ao cemitério Três Barras, localizado em uma fazenda, onde foram enterrados os corpos dos avós, tios e primos.

“É o mínimo que podemos fazer, dedico o dia inteiro para ele. Temos todos os outros dias do ano para fazer as outras coisas, mas este, é o dia deles”, justifica a dedicação.

Um grupo de irmãs do mosteiro Nossa Senhora Aparecida, da ordem cisterciense, também dedica parte do dia para homenagens. Neste caso, as quatro freiras procuram pelos jazigos de outras cinco irmãs, companheiras de vocação que já faleceram.

Elisabeth Trindade, de 32 anos, é a segunda na lista hierárquica de superioras do mosteiro e fala sobre o significado do gesto. “A manifestação da fé na ressurreição dos mortos por meio de Cristo. E também na verdadeira vida que se dá depois da partida para casa do pai (Deus). Aqui é só uma passagem”, frisa.  

A diretora do cemitério estava no local, mas não foi encontrada para falar sobre quantas pessoas já passaram ou que ainda devem passar pelo Parque. Em relação aos cemitérios municipais, a estimativa da Prefeitura é de que pelo meno 100 pessoas passem pelos três existentes na Capital. 

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