Com cartazes e gritos de guerra, grupo se reúne para pedir o fim da cultura do estupro

Manifestação reuniu cerca de 250 pessoas 

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Manifestação reuniu cerca de 250 pessoas 

Para lutar contra a cultura abusiva e real pregada pelo machismo e contra a cultura do estupro, cerca de 250 pessoas se reuniram no início da noite desta quarta-feira (1º), na Praça do Rádio Club, no Centro de Campo Grande. Com faixas, gritos de guerra e discursos acalorados, o grupo pedia a liberdade para as mulheres.

Nos cartazes, frases como “A sociedade ensina não seja estuprada, ao invés de ensinar não estupre”, “Não sou livre enquanto outra mulher for prisioneira” e até “Não é exagero, não é frescura, não estamos loucas”.

O estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos no Rio de Janeiro desencadeou um amplo debate sobre a cultura do estupro no Brasil. O tema ganhou páginas e sites de publicações pelo mundo e fez com que o Senado Federal aprovasse Projeto de Lei que tipifica no Código Penal o crime de estupro coletivo.

Durante o protesto, a professora universitária, Kelly Garcia, de 44 anos, lembrou que Mato Grosso do Sul ainda tem viva a cultura rural conservadora. De acordo com ela os costumes do machismo ruralista, fazem com que Mato Grosso do Sul tenha destaque no pódio dos casos de abusos contra as mulheres. 

 “Somos um estado rural e essa cultura rural é extremamente conservadora nessa relação de poder. O homem acaba querendo mandar na mulher e acha que isso é normal. Será que essa cultura conservadora ruralista não potencializa a violência?”, indaga. 

Embora lembre que o retrocesso de alguns direitos sociais e humanos, que fazem com que as mulheres se tornem reféns de opressões sociais ainda seja algo real, a professora se diz esperançosa e afirma  que os avanços na legislação e a união de movimentos de militantes são motivações para que o mundo se torne um lugar melhor para elas. 

O protesto na Praça do Rádio Club também contou com a presença de homens conscientes que lutam pelo direito das mulheres. Mesmo jovem, o estudante Felipe Pinheiro, de 17 anos, já mostra sua consciência social e engajamento em causas nobres. “Muitos homens pensam que lutar pelos direitos das mulher os tornam inferiores ou feminilizados, mas devemos lutar por aquilo que é correto. Mulheres merecem respeito”, relata. 

O protesto organizado pelas redes sociais contou com a participação de estudantes, militantes de causas sociais e da população em geral. 

 

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