Família pede ajuda para custear cirurgia

Aos 13 dias de vida, o bebê Davi, já trava uma grande batalha para recuperar os movimentos do bracinho direito, que conforme a mãe da criança, Patrícia Saraiva Conceição, de 26 anos, foi perdido por conta de complicações durante a realização do parto normal feito no último dia 14, na Maternidade Cândido Mariano em .

Os pais do pequeno Davi, que ganham menos de R$ 2 mil por mês, pedem ajuda para custear gastos com exames e uma possível cirurgia necessários para que a criança recupere os movimentos do braço direito.

“No momento do parto ele não estava totalmente encaixado e foi necessário fazer um parto forçado, mas ele saiu com o bracinho atravessado e acabou lesionado. Ele teve um ligamento rompido e perdeu os movimentos do bracinho”, relata a mãe.

Patrícia diz que ao ser informada de que o filho havia sido lesionado, o obstetra se comprometeu a prestar assistência à família no que fosse necessário em relação a recuperação dos movimentos, no entanto, já na necessidade do primeiro exame, o médico teria se eximido da responsabilidade.

“Ele garantiu que daria toda a assistência necessária, mas quando precisamos e pedimos ajuda para pagar um exame, que ele mesmo disse que era necessário, mandou que procurássemos os nossos direitos”, afirma.

Sem a ajuda do médico, uma tia de Patrícia indicou que ela procurasse ajuda na Avem (Associação das Vítimas de Erros Médicos de Mato Grosso do Sul). Após tomar conhecimento sobre o fato, a associação decidiu entrar com um processo contra o obstetra. “Vamos fazer o que for necessário porque o médico nos abandonou quando precisamos”, justifica.

Patrícia diz que a falta de movimentos no braço pode ser recuperada, no entanto, a família não tem condições de custear os gastos. “Temos outros dois filhos de 5 e 7 anos e nosso dinheiro não é suficiente para pagar os exames e muito menos a cirurgia que pelo o que o médico nos disse, deve ser feita em Curitiba”, explica.

O presidente da Associação das Vítimas de Erros Médicos de Mato Grosso do Sul, Valdemar Morais de Souza destacou que os procedimentos legais para apurar se houve ou não erro médico, assim como alguma forma de custear a cirurgia da menino já estão sendo tomados. “Nós já registramos B.O. na Polícia Civil, fomos ao MPE (Ministério Público Estadual), com o Dr. Celso Camargo Loubet, promotor de Justiça que defende a violência obstétrica, relatamos o ocorrido. Vamos entrar com um processo, através do advogado da entidade, para que a gente possa conseguir uma tutela liminar antecipada para essa criança, porque a gente não pode ficar esperando a Justiça, porque ela é muito morosa”, explicou.

Ainda segundo Valdemar, a associação, junto a com a família, vai entrar com um processo contra o médico. “Nós são não fizemos isso ainda porque a Maternidade se recusou a dar o prontuário para a família, e isso eu também informei ao MPE, e só conseguimos esse documento nesta semana, depois que eu liguei lá e pedi. Acho que o promotor também tinha ligado antes de mim, daí resolveu”, disse.

Nesta tarde, o bebê passará por nova consulta, na qual os pais serão informados sobre o nome do hospital onde o pequenino poderá fazer a cirurgia, além do valor do procedimento.

Apesar dos valores ainda não terem sido confirmados, a família necessitará de ajuda e os interessados podem ajudar com depósitos de qualquer valor na Caixa Econômica Federal, em nome de Patrícia Saraiva Conceição, agência 1464, Conta Poupança: 00050996-3, Op.013.

A Maternidade Cândido Mariano foi procurada pela reportagem por e-mail, mas ainda não se manifestou. O médico também foi procurado em seu consultório, mas está viajando. O celular dele não foi informado.