Apesar de sumiço de vacinas, secretário diz é preciso focar em atendimento

Mais de 32 mil doses de vacinas contra H1N1 desapareceram

Considerando as 32 mortes por gripe A registradas neste primeiro semestre de 2016 em Mato Grosso do Sul e uma investigação que apura desfalque de mais de 32 mil doses de vacinas contra o vírus, o secretário de Estado de Saúde, Nelson Tavares, afirma que no momento é necessário mudar o foco para o atendimento aos pacientes que apresentem sintomas da doenças, especialmente os que pertencem ao grupo de risco.

O secretário admitiu que o número de notificações está acima do esperado, no entanto, destacou que a principal preocupação é em relação às mortes. “Queremos focar na precocidade do atendimento e tratar os pacientes que apresentam os sintomas. Na situação atual devemos focar menos nas vacinas e mais no atendimento”, afirmou. 

Tavares observou ainda que com diagnóstico precoce da doença é possível evitar que o vírus provoque danos maiores à saúde. 

“Cientificamente é provado que o diagnóstico precoce é o que causa menos mortes. As pessoas que começarem a sentir os sintomas devem procurar logo uma unidade de saúde e as que forem do grupo de risco têm prioridade no atendimento”, frisou. 

Sumiço de vacinas –

Recentemente o MPE (Ministério Público Estadual) passou a investigar o sumiço de vacinas em Campo Grande. Estima-se que haja desfalque de mais de 32 mil doses contra o vírus. Questionado a respeito da investigação, o secretário disse que tem pressa no resultado da apuração. 

“A Secretaria concorda com a investigação do MPE. Também queremos saber porque pessoas do grupo de risco não foram vacinadas e queremos que essa investigação seja feita de forma rápida. Se conseguirmos mais vacinas, vamos cuidar para que isso não se repita”, declara. 

Conforme a  promotora de Justiça Filomena Aparecida Depolito Fluminhan, caso haja eventuais irregularidades em relação à vacina, extravio de frasco,subaproveitamento de doses ou imunização de pessoas excluídas do grupo de risco o MPE vai repassar as informações para que as autoridades competentes adotem os procedimentos necessários. 

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), SES e o Instituto Butantan devem passar as informações solicitadas pelo MPE até o próximo dia 14. Neste mesmo prazo as Secretárias de Saúde do Estado deve elaborar uma campanha de alerta, orientação, prevenção e conscientização a fim de evitar a disseminação da gripe A.