Ano mal começou e Defensoria já tem 144 pedidos de vagas em creches

Déficit era de 12 mil em dezembro

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Déficit era de 12 mil em dezembro

Em menos de um mês a Defensoria Pública de Campo Grande registrou 144 atendimentos de pais e familiares que estão recorrendo a Justiça para conseguir uma vaga nos Ceinfs (Centro de Educação Infantil) de Campo Grande. Na última atualização repassada pela Prefeitura, em dezembro de 2015, o deficit era de 12 mil vagas, com promessa de que o número diminuiria com abertura de novas unidades, já na pré-matrícula deste ano.

De acordo com a defensora pública Regina Célia Rodrigues Magro, atuante na área da Fazenda Pública Residual, a defensoria não tem acesso ao número total de crianças na fila de espera, mas a procura destes primeiros 20 dias do ano é bastante expressiva e demonstra o fragilidade do sistema educacional da Capital. “No ano passado foram em torno de 700 atendimentos, e agora, só entre os dias 21 de janeiro e 15 de fevereiro, já são 144 pessoas recorrendo a promotoria”, disse.

Regina também destacou que antes de recorrer a Justiça, os pais precisam fazer a inscrição no canal de matrículas, disponibilizados pelo Município, indicar a escola para qual tem interesse e serem informados sobre a disponibilidade de vagas. “Na hora da pré-matrícula os pais já são informados se tem ou não vaga e quantas pessoas estão na frente, na fila de espera”, explicou.

Já na defensoria, o familiar é atendido por uma assistente social que faz uma análise socioeconomia da família e encaminha um ofício a Semed (Secretaria Municipal de Educação), solicitando a vaga. Geralmente o pedido é respondido com uma negativa, cerca de 30 a 40 dias depois que foi enviado, o que atrasa ainda mais o processo, segundo a defensora. “Como eles também tem dificuldades em conseguir a vaga, a secretaria demora para dar a negativa, e é só a partir dela que podemos impetrar o mandato de segurança, com pedido do liminar para o juiz”, disse Regina.

Ainda segundo a defensora, depois que o mandato de segurança é emitido, o julgamento por parte do juiz é bem rápido e a liminar sai em menos de uma semana. “O que enrola mesmo é a demora da Semed em dar a negativa. Se não fosse isso, a criança teria acesso a escola ainda mais cedo”, reforçou.

Para ter acesso ao serviço público os pais precisam comprovar que não condições de pagar pelo advogado, já a vaga nas Ceinfs não tem restrições. “O direito de estudar é garantido para a criança, independente das condições da família, se os pais ficam em casa ou não, se tem um ou dez filhos. A única coisa que fazemos é relatar a situação familiar no pedido, por meio da narrativa socioeconômica”, afirmou Regina.

Últimas Notícias

Conteúdos relacionados