Uso aumentou depois de alerta sobre risco de epidemia

, febre chikungunya e vírus, estas três doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, são motivos mais que suficientes para que todos queiram espantar o inseto, no entanto, dados sobre focos do mosquito em são alarmantes. Com 250 casos somente de dengue registrados por dia, a Capital já vivem em clima de epidemia.

A notícia preocupou a população e aumentou a venda de repelentes nas farmácia da Capital. A estimativa é de que a procura tenha tido acréscimo de até 400% em algumas drogarias.

Nas prateleiras das farmácias onde ainda é possível encontrar repelentes, que custam entre R$ 9,98 e R$ 72,00, os produtos receberam destaque. Algumas drogarias colocaram até cartazes de advertência sobre o risco das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.

Já em outras farmácias, foi necessário criar uma lista de pedidos de repelentes. Em uma farmácia popular no centro da Capital, a venda aumentou cerca cerca de 400%. Segundo a farmacêutica e gerente do local, Carolina Rainche, a procura é grande e há mais de dez dias não é possível abastecer completamente o estoque.

“A procura é absurda. Com a disseminação do zika vírus as mulheres estão usando como se fosse protetor solar. O estoque sempre foi suficiente para dois ou até três meses, mas há dez dias esgotou o estoque e não conseguimos repor tudo. Os produtos chegam e acabam no mesmo dia. Já pedimos uma quantidade extra, mas nem a distribuidora consegue suprir a demanda”, justifica.

Atendente em uma farmácia na região central, Átila Barbosa de Oliveira, destaca que as vendas aumentaram em torno de 40% e que a procura por repelentes é maior entre as gestantes por conta da recente descoberta sobre a ligação do zika vírus e os casos microcefalias.

“As mulheres grávidas estão se cuidando mais. Temos até a lista de um repelente específico que tem uma durabilidade maior. Enquanto a maioria tem ação de quatro ou no máximo seis horas, este vale por dez horas. Mas é importante alertar que o repelente não é a principal forma de prevenção. O fundamental é eliminar os focos do mosquito”, frisa.

Cristiane Pereira de Lima, gerente de outra farmácia da Capital, diz que as vendas aumentaram 80% desde que foi anunciado o risco de epidemia. “Abastecemos e no mesmo dia acaba. Vendemos todos os repelentes que colocamos nas prateleiras. Às vezes não conseguimos repor tudo porque nem as distribuidoras estão conseguindo atender a todos os pedidos”, observa.

Em um período de quatro anos, a arquiteta Eliane Pires, de 50 anos, já teve dengue duas vezes. Depois das experiências, ela passou a usar repelentes. “Antes eu não usava, mas agora uso como forma de prevenção. Não acho que isso resolve, mas pelo menos ajuda a espantar o mosquito. Já tive dengue duas vezes e minha principal preocupação é que a minha filha contraia a doença. Compro para ela passar também”, relata.

Com a grande procura por repelentes, a farmacêutica Josy de Oliveira adverte sobre o uso consciente do produto. “A prevenção é importante, mas não pode usar muito. O excesso pode ser prejudicial principalmente para as gestantes. É importante usar conforme a indicação de cada produto”, orienta.

Doutor em entomologia, Antônio Pancrácio, afirma que o uso de repelentes não garante que a pessoa não seja picada pelo mosquito Aedes aegypti. “Repelente funciona quando eu passo e a outra pessoa não. Se todos os moradores de uma casa onde o mosquito estiver passarem o repelente, o inseto não vai morrer de fome, ou seja, alguém será picado”, garante.

Pancrácio também observa que os repelentes à base de citronela têm eficácia apenas se a planta usada na fabricação do produto tiver mais de dois anos. “O componente que atua como repelente se torna mais eficaz depois de dois anos. Se a planta usada for mais nova, isso, não terá resultado”, explica.

De acordo com o doutor em entomologia, os mosquitos estão mais ativos no início da manhã e no fim da tarde e a principal prevenção é a eliminação dos criadouros. “Tem de descobrir de onde o inseto está vindo e eliminá-lo. O mosquito não vai percorrer uma distância maior que 100 metros, então, ou estará na casa da pessoa, ou no vizinho”, assegura.

Conforme dados da Sesau, os principais focos do mosquito estão em residências. Para combater o vetor, a Prefeitura iniciou várias ações na Capital e nesta semana um empresário chegou a ser preso depois que as equipes flagraram focos de mosquito em um imóvel que já havia sido notificado.