Técnicos do DNPM desmarcam explosão simulada em pedreira de Campo Grande

Técnicos não avisam sobre cancelamento

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Técnicos não avisam sobre cancelamento

Na semana passada duas explosões deixaram populares em alerta a respeito de um tremor que ocorreu nas regiões oeste e sudoeste de Campo Grande. Por conta do alvoroço, técnicos do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) descobriram que a pedreira responsável pelo estrondo foi a Votorantim, que fica próxima ao Detran/MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul).

A previsão da simulação estava marcada para às 17 horas desta quinta-feira (25), porém foi desmarcada pelo Departamento, que não avisou quais seriam os motivos e ainda não reagendou quando faria a explosão assistida.

Hipóteses e susto

Não há registros de atividade sísmica e o Exército Brasileiro afirmou que não promoveu nenhum tipo de manobra ou teste que pudesse causar o abalo. A outra suspeita, de que explosão em uma pedreira teria causado a vibração, também é negada pelas empresas do setor.

Moradores de várias regiões da Capital relataram na sexta-feira (19) ter ouvido forte barulho de explosão seguido de tremor. Em alguns bairros houve registro até de que vidraças e portas teriam tremido logo após estrondo parecido a uma explosão ou trovão muito forte. Rapidamente a redação do Jornal Midiamax recebeu inúmeros relatos.

Nas redes sociais a informação se espalhou rapidamente e foram inúmeras as suspeitas levantadas para explicar o fenômeno.

No entanto, segundo dados do Centro de Sismologia da USP (Universidade de São Paulo), que tem quatro estações de monitoramento em Mato Grosso do Sul, não houve nenhum tremor ocorrido na tarde de sexta-feira (19) em Campo Grande.

O Exército, por sua vez, desconhece a ocorrência de qualquer manobra militar, como tiro de canhão, por exemplo, que pudesse provocar a sensação descrita pelas pessoas.

Sobrou a desconfiança de que explosão controlada em uma das pedreiras de Campo Grande seria a ‘culpada’ e, por isso, os técnicos estão realizando as diligências.

Dados disponibilizados pelo Centro de Sismologia da USP revelam que o último tremor registrado no Brasil foi às 16h58 de sexta-feira, em Conquista D’Oeste, município de Mato Grosso, distante 1,2 mil quilômetros de Campo Grande. O abalo na região foi de magnitude 2.7 na chamada Escala Regional Brasileira (mR).

O Centro de Sismologia da USP informa que tem estações em Aquidauana, Camapuã, Chapadão do Sul, Porto Murtinho e Sonora. De acordo com o boletim sísmico dos últimos três meses, o tremor mais forte registrado no Brasil, foi no dia 7 de maio em Porto Walter (AC) e atingiu 4.7 mR de intensidade.

Em Mato Grosso do Sul, os relatos mais recentes sobre abalos sísmicos remetem a 2009. Naquele ano, tremores de 4,8 de magnitude na escala Richter foram sentidos na região norte do Estado, em municípios como Coxim e Rio Verde.

O abalo sísmico com maior magnitude já registrado no Brasil foi de 6.6 e ocorreu em 1955, em Mato Grosso. A título de comparação, o terremoto no Nepal, em abril deste ano, no qual ao menos 8 mil pessoas morreram, além de 17,8 mil feridos, foi de 7,8 de magnitude na escala Richter.

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