Sem acordo, funcionários demitidos ainda aguardam receber de fábrica
Empresa estuda pagar pelo menos 30% do valor total
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Empresa estuda pagar pelo menos 30% do valor total
Reunião que aconteceu no MPT (Ministério Público Federal) na tarde de terça-feira (20) entre representantes do Sindivest (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário de Campo Grande) e da Fábrica de roupas Universo Íntimo ainda não chegou a um acordo sobre a rescisão dos funcionários que foram demitidos no mês passado. O procurador do Trabalho, Cícero Rufino Pereira, sugeriu que a empresa faça o pagamento de 30% do total, que chega a quase R$ 1 milhão.
Na reunião realizada ontem não houve acordo já que a empresa ofereceu pagar à vista a rescisão de apenas 27 funcionários “mais necessitados”, segundo o advogado da Universo Íntimo, Otávio Figueiró. Ainda conforme ele, o resto da rescisão, do outros 55 funcionários seria paga em parcelas de valores semelhantes aos salários. “A rescisão de todos os funcionários é muita alta, por isso a empresa sugeriu que fosse feito o parcelamento, mas apesar dos funcionários terem aceito, o MPT não aceitou e sugeriu que a fábrica pague pelo menos 30% do total”, explicou ele.
Segundo ele, “o interesse da empresa é resolver o quanto antes esse problema porque as pessoas precisam do dinheiro para o seu sustento. O proprietário e o sócio da empresa estão conversando para decidir sobre essa proposta do procurador e amanhã teremos uma resposta”.
O advogado ainda ressaltou que a fábrica, que está há mais de 10 anos em Campo Grande, está com quase R$ 9 milhões de mercadorias em estoque. “A demanda de hoje, que é menor que em anos anteriores, não necessita de tantos funcionários. Nós estamos nos readequando ao mercado para continuar na cidade”.
Às 12h desta quinta-feira será feita uma nova reunião no MPT com representantes do Sintivest e Universo Íntimo para discutir o atraso do pagamento da rescisão dos funcionários.
Sobre o caso
Os 82 funcionários foram demitidos no início de setembro. No dia 8 de setembro, 40 trabalhadoras e trabalhadores foram chamados ao refeitório da empresa, comunicadas sobre sua demissão e assinaram, na hora, o aviso prévio. Da mesma forma, dia 9 de setembro, outras 42 trabalhadoras foram chamadas no refeitório e demitidas, totalizando 82 trabalhadoras e trabalhadores.
Segundo a encarregada de costura Roseli Moretti, que é líder da Comissão dos funcionários demitidos em ação judicial no MPT, criada a pedido do procurador, nenhum funcionário recebeu ainda a rescisão.
Quanto aos funcionários que estavam sem salário de outubro, a fábrica afirmou que até sexta-feira (23) o salário estará depositado na conta.
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