Ruralistas fazem reunião em Antônio João para discutir ocupação indígena
Pelo menos 100 produtores rurais compareceram
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Pelo menos 100 produtores rurais compareceram
Pelo menos cem produtores rurais compareceram a uma reunião que começou por volta das 10 horas deste sábado (29), em Antônio João, a 402 quilômetros de Campo Grande. O encontro tem como objetivo discutir a ocupação indígena de propriedades da região.
Também participam do encontro, o coordenador do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) tenente-coronel Carlos Barbosa, o prefeito da cidade, o senador Moka (PMDB) e os deputados Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Tereza Cristina (PSB). Na sexta-feira (28), produtores rurais já haviam se reunido com deputados federais na sede da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) para avaliar o impacto das ocupações do que eles chamaram de “cenário de insegurança jurídica” e com objetivo de “montar uma verdadeira estratégia de guerra no Estado”.
Também na tarde da sexta, diversos órgãos ligados ao conflito de terra na região de Antônio João se reuniram. O encontro ocorreu no prédio do Ministério Público Federal em Ponta Porã. O tema principal foi as últimas invasões de fazendas e como institucionalmente poderiam ser minimizados os prejuízos dos índios e dos produtores na região, ficando a princípio marcada uma vistoria nas fazendas supostamente invadidas para verificar as condições das físicas das fazendas e do gado, para posteriormente ser montado um organograma para retiradas de mobiliários e do gado.
As ocupações começaram na madrugada de sábado (22). Um grupo de indígenas entrou na Fazenda Primavera e rendeu os moradores. Desde então, o clima de insegurança se instalou na cidade, com indígenas acusando produtores rurais de espalharem boatos, para causar pânico e ruralistas afirmando que os índios não tem o direito de ocupar as propriedades rurais.
O DOF (Departamento de Operações de Fronteira) está no local para fazer à segurança de ambas as partes e os produtores chegaram a bloquear a rodovia que liga Antônio João a Bela Vista.
Disputa
Em 2005 as terras foram homologadas pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva como área indígena, mas no mesmo ano o STF (Supremo Tribunal Federal) suspendeu a demarcação.
De acordo com o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), conforme o relatório de demarcação, a vila está dentro dos marcos de Ñanderu Marangatu. Indígenas e Funai afirmam que cerca de 10% dos moradores da ‘vila’ não são indígenas e nenhuma dessas famílias foi despejada da localidade pelas ações de retomada.
No total, os indígenas ergueram acampamentos em cinco propriedades: Primavera, Pedro, Fronteira, Barra e Soberania. Restam apenas duas fazendas para serem retomadas.
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