Presidente de sindicato deixa reunião e diz que vai retomar terra invadida
Clima seria de tensão em Antônio João
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Clima seria de tensão em Antônio João
A reunião que entre pelo menos cem produtores rurais que começou por volta das 10 horas deste sábado (29) no Sindicato Rural de Antônio João, para discutir a ocupação indígena de propriedades da região, terminou antes mesmo das falas dos deputados federais Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Tereza Cristina (PSB), além do senador Waldemir Moka (PMDB), que estavam no local.
A responsável pelo fim das discussões seria Roseli Maria Ruiz, presidente do Sindicato, que revoltada com o rumo da conversa, resolveu por fim as conversar e retomar sua propriedade, que também está invadida.
Conforme informações do site Dourados News, o principal alvo da produtora durante as discussões foi o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) o qual acusa de orquestrar todas as ações. “Eu não acredito em mais nada, nem na Justiça e nem no Cimi. Estou indo agora para as minhas propriedades para retomá-las”, relatou.
A equipe de reportagem do Jornal Midiamax tentou contato com militares do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) que estão no local, assim como os deputados e senador e Sindicato Rural, mas não obteve retorno.
Um ruralista entrou em contato com a redação e afirmou que os produtores estão “revoltados com a inércia do governo federal e que abandonaram a reunião no Sindicato Rural, deixando as autoridades falado sozinhas, para irem em busca da retomada de suas terras”. Ainda segundo o ruralista, no Distrito do Campestre, “pessoas brancas” foram tiradas de sua cidade, Antônio João, onde os índios estariam com galões de combustível ameaçando por fogo na cidade. Os produtores estariam reunidos num grupo, fechando a entrada da cidade, mas tem uma invasão noturna.
Já o Cimi defende que o Sindicato estaria espalhando boatos e incitando a violência, através de calúnias distribuídas pela imprensa e pelas redes sociais. “A população chegou a ser informada de que os Guarani e Kaiowá poderiam atear fogo à cidade, boato sem registros históricos de um dia ter sido cometido pelos indígenas”.
Disputa
Em 2005 as terras foram homologadas pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva como área indígena, mas no mesmo ano o STF (Supremo Tribunal Federal) suspendeu a demarcação.
De acordo com o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), conforme o relatório de demarcação, a vila está dentro dos marcos de Ñanderu Marangatu. Indígenas e Funai afirmam que cerca de 10% dos moradores da ‘vila’ não são indígenas e nenhuma dessas famílias foi despejada da localidade pelas ações de retomada.
No total, os indígenas ergueram acampamentos em cinco propriedades: Primavera, Pedro, Fronteira, Barra e Soberania. Restam apenas duas fazendas para serem retomadas.
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