Prefeitura descumpre acordo e funcionárias de creche paralisam serviço

Ao menos 75 crianças estão sem atendimento 

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Ao menos 75 crianças estão sem atendimento 

Funcionárias do CEI (Centro de Educação Integrada) Lar do Menino Jesus, localizado na Rua Tenente Lira, no São Francisco em Campo Grande, paralisaram os serviços. As trabalhadoras, que fizeram uma manifestação na manhã desta segunda-feira (28), alegam que a Prefeitura descumpriu o acordo de parcelamento do repasse, firmado no primeiro trimestre de 2015.

No dia 20 de março, 14 funcionárias do Lar do Menino Jesus paralisaram os serviços. Na ocasião, a Prefeitura divulgou no Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande), que o convênio anual entre a Semed (Secretaria Municipal de Educação) e o CEI é de R$ 204.563,07. Conforme o acordo, o pagamento seria dividido em dez parcelas.

A presidente do Senalba-MS (Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional do Estado), Maria Joana Barreto Pereira, o pagamento referente ao mês de agosto não foi depositado.

“O prefeito não repassou a verba. Temos contrato assinado, que divide o pagamento em dez meses e a Prefeitura não cumpriu. Não entendemos o motivo de tanta burocracia para pagar algo que já foi acordado. Na semana passada, nosso advogado da assessoria sindical ligou para o a Seplanfic (Secretaria Municipal de Planejamento, Finanças e Controle) , contou o que estava acontecendo e foi informado de que o dinheiro tinha sido repassado para o tesouro e estaria disponível em poucos dias”, relata.

O Lar do Menino Jesus atende 75 crianças. Ao todo 14 funcionárias trabalham no local. Conforme a coordenadora Rosely Andrade Teles, os serviços foram paralisados há 10 dias. “Elas pararam porque não temos condições de continuar. Não temos nem alimento para servir para as crianças”, justifica.

A recreadora, Ana Paula, destaca as dificuldades por conta do atraso no pagamento. “A situação está complicada,porque as contas se acumulam, os juros e estamos sem receber. Minha filha de dois anos também fica aqui. Ela precisa de leite, fraldas e não tenho dinheiro para comprar. Não é a primeira vez que isso acontece”, lamenta.

Daniela da Silva, que trabalha como professora no CEI também comenta a situação. “Está tudo atrasado. Fica muito difícil porque nunca temos uma decisão e precisamos de um retorno”, frisa.

A presidente do Senalba-MS garante que ainda hoje entrará em contato com a Prefeitura para solicitar um posicionamento a respeito da situação. “O recurso é do Fundeb e o prefeito não pode usá-lo para outro fim. Precisa repassar para as creches. Vamos pedir uma previsão porque precisamos passar isso para os pais e para as trabalhadoras”, declara.

Segundo informações divulgadas pela Prefeitura, em março deste ano, a Capital conta com 100 Ceinfs e 32 creches conveniadas que recebem recursos do Fundeb.

A equipe de reportagem do Jornal Midiamax entrou em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura para saber o posicionamento a respeito da situação, mas até o fechamento deste texto, não obteve resposta.  

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