População de bairro da Capital rejeita ter favela como vizinha

Moradores do Los Angeles temem pela segurança com a chegada de 40 famílias

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Moradores do Los Angeles temem pela segurança com a chegada de 40 famílias

Moradores do Jardim Los Angeles, região sul de Campo Grande, estão revoltados com a possível instalação de uma nova favela no bairro. Para isso, segundo eles, foi feita a limpeza, pela Prefeitura, em uma grande área a fim de abrigar 40 famílias vindas do Bairro Dom Antônio Barbosa. Esta informação foi passada aos moradores pela própria equipe que limpou o terreno.

Os morados do Los Angeles justificam a falta de hospitalidade ao fato de haver pouca segurança e infraestrutura, já que os novos moradores são considerados ‘problemáticos’, alegam  faltar médicos, em postos de saúde, e vagas, nas escolas.

“Fiquei sabendo que essas famílias já se envolveram em conflito no Dom Antônio, agora, todos aqui estão revoltados e com medo da situação, pois tudo está sendo feito na surdina”, reclama o aposentado Hermes de Campos, de 57 anos.

A dona de casa, Bernadete de Oliveira, de 46 anos, ressalta que as podem, até, trazer as famílias, mas é preciso construir casas dignas para eles viverem, além de melhorar a estrutura da região. “Se fizerem casa boas e aumentarem os médicos, as escolas e pavimentarem as ruas, não terá nenhum problema. Caso não façam nada disso haverá conflito, pois todos aqui estão revoltados”, alerta a moradora.

A área citada pelos moradores do Los Angeles está localizada na Rua Almirante Cochrane, esquina com Rua Agnelo Souza Castro. Em vídeo filmado pelos moradores é possível ver uma grande área recém-limpa.

Da mesma forma, a presidente da Associação dos Moradores do Bairro Dom Antônio Barbosa, Rubens Honório Alcântara, também se diz contrário à transferência sem que haja condições mínimas de moradia. “Eu concordo com o pessoal do Los Angeles. Ninguém quer morar ou ter uma favela como vizinha. Não adianta tirar de um lugar e colocar em outro, isso não resolve o problema”, reforça.

Rubens sugere que a Prefeitura abra um financiamento, em um banco, para construir um conjunto habitacional na área que passou pela limpeza.

Outro lado

Em contrapartida, a Prefeitura de Campo Grande foi procurada, durante dois dias, para confirmar se haverá a remoção das famílias, mas, até o fechamento deste texto não houve retorno. A assessoria de imprensa da Prefeitura informou que as secretarias municipais envolvidas na questão ainda não haviam se pronunciado.

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