Pais de alunos reclamam de greve na rede municipal que já dura 12 dias

Impasse entre professores e município preocupa pais de alunos da Reme

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Impasse entre professores e município preocupa pais de alunos da Reme

A paralisação, que nesta quarta-feira (10) completa 12 dias, preocupa os pais dos 101 mil alunos das 96 escolas Reme (Rede Municipal de Saúde Pública) de Campo Grande. Muitos tiveram de mudar a rotina da família por conta da greve da categoria que reivindica reajuste de 13,01%.

De acordo com o presidente da ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública), Geraldo Gonçalves, o piso salarial para 20 horas semanais é de R$1.697,00 com o reajuste o valor sobe para R$ 1.917,00.

Depois de várias discussões com o chefe da Semed (Secretaria Municipal de Educação), Wilson do Prado, a categoria propôs parcelar o reajuste em sete meses, começando com a aplicação em junho, no entanto, o município ainda não respondeu à categoria.

Enquanto o impasse permanece, os pais precisam reajustar a rotina e o planejamento familiar. A psicóloga Sueli Fonseca, de 45 anos, tem uma filha de 12, que está no sétimo ano. Ela diz que por conta da paralisação teve de antecipar as férias da adolescente.

“Meu irmão comprou um pacote de viagem para praia e ela vai ter de ficar de fora. Antecipei as férias dela levando-a para passar uns dias na casa de uma amiga da família, em Sidrolândia. Ela tem reclamado muito por não estar estudando e isso também me preocupa bastante. Estávamos conversando e ela disse que a vontade é ir para escola Estadual que já voltou, mas se eu tivesse condições, a colocaria em uma escola particular para não ter esse tipo de problema”, afirma.

A psicóloga destaca ainda que apesar dos prejuízos por conta da greve, entende que a paralisação é necessária para a categoria. “Os professores têm razão de cobrar porque é uma profissão muito estressante e isso é um descaso por conta da Prefeitura porque todo mundo sabe como é trabalhar na educação. Além do ensino, muitos pais confundem o papel dos educadores e terceirizam às responsabilidades”, ressalta.

A auxiliar financeiro, Silmara Pereira de Araújo, de 31 anos, tem uma filha de cinco anos, que estuda na pré-escola. Ela relata que todos os dias depende da ajuda de familiares e amigos, para não deixar a menina sozinha.

“Não sei mais o que fazer. Cada hora preciso deixá-la com alguém diferente porque ela ficava com a minha tia, mas meu avô faleceu e agora complicou. Um dia deixo na casa de uma prima, no outro com a vizinha, preciso me virar. Os pais e os alunos são os mais prejudicados com essa greve. Me programei para tirar férias em julho e agora já não sei mais como vai ser”, lamenta.

Conforme o vereador Edil Albuquerque (PMDB), líder do prefeito, Gilmar Olarte (PP), na Câmara Municipal, a reunião no gabinete do prefeito, terá início depois das 9 horas. “Vamos apresentar a contraproposta. Acredito em números porque eles não mentem. Vamos nos debruçar neles para ver no que poderemos avançar”, declara. Uma nova assembleia será realizada às 9 horas, no ACP para que a resposta do prefeito seja discutida entre a categoria. 

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